quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Mercy (2016) – produção original do Netflix aposta no “parece mas não é”


“Por cinquenta dos meus 82 anos, de 6 a 8 horas por dia eu só ouvi queixas familiares. Ninguém conhece o lado sombrio da família melhor que eu. Sinto-me plenamente autorizado a falar mal dela, o que tem de ruim não está escrito. Ela é o eixo do conservadorismo, sim.” Era assim que o psicanalista José Angelo Gaiarsa, falecido em 2010, definia, em uma entrevista, sua experiência profissional relativa à família como instituição. Se ele tivesse assistido ao filme Mercy (2016), produção original do Netflix lançada mundialmente em 22 de outubro, certamente reforçaria sua visão.

O filme se inicia com a reunião de quatro filhos de Grace (Constance Barron), uma doente terminal, em tese para que se despeçam da mãe. Mas percebe-se logo que a ideia ali entre eles é discutir a questão da herança que ela deixará. O marido, George (Dan Ziskie), também demonstra ter preocupação com o dinheiro, fruto da morte do primeiro marido dela, pai de dois dos filhos de Grace.

Com esse contexto, durante quase meia hora o que se desenha é um drama familiar de caráter mais introspectivo. Os diálogos entre os personagens são secos, desprovidos de quase qualquer afeto, assim como suas reações à situação da matriarca. O cenário fica ainda mais complexo quando a família descobre uma maleta dada por um médico a George, que daria fim ao sofrimento de sua esposa.

O ponto de virada do filme acontece justamente depois dessa meia hora. A película se torna um suspense no qual o foco são mascarados tentando invadir a casa. O ritmo se torna mais rápido e a história até certo ponto é contada sob dois pontos de vista diferentes, com o objetivo de explicar o destino de cada um dos personagens principais.



Passados os 87 minutos, percebe-se que a verdadeira intenção do diretor Chris Sparling, que também é roteirista do filme, é mostrar ao espectador que ele, como é dito a certa altura para a namorada de um dos filhos, está enganado a respeito do que acontece. Quando esse tipo de narrativa é bem conduzido, tudo bem, mas quando não, quem assiste pode até se sentir ofendido com o rumo que a história toma…


Mercy (2016) tem um problema de origem de não saber o que quer apresentar além do “parece mas não é”. Quando tem a parte de drama, dá impressão de querer aprofundar a trama e apresentar os personagens de forma mais interessante. Mas logo entra a parte de thriller e praticamente não há tempo para existir qualquer envolvimento com os personagens do filme. Todos ficam com um aspecto quase caricato, superficial, até porque torná-los mais densos não é uma prioridade da produção.

Ao fim, a impressão que dá é que o importante é a “pegadinha”. Uma pena. Se você quiser assistir a uma boa produção original do Netflix, confira 7 Anos. Já Mercy é por sua conta e risco…

Mercy (2016)
Direção: Chris Sparling
Elenco: James Wolk, Caitlin FitzGerald, Tom Lipinski.
Nacionalidade: EUA
Duração: 1h27
Cotação: 4/10
Disponível no Netflix

19 comentários:

  1. O filme realmente é sem pé nem cabeça.
    Acho até que poderia ser um drama, sei lá, mas, apesar dos inúmeros defeitos, não é um filme chato, consegui ver todo, achei boa as performances dos atores

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  2. Não gostei, muito confuso perdi meu tempo.

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  3. Tô aqui lendo os comentários pra ver se intendo o filme,mas ainda tô confusa.

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  4. Porque outros dois filhos não podem entrar no quarto, até agora não entendi.

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  5. Perdi meu tempo vendo bem mais da metade do filme sem entender nada 🤔🤔

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  6. Já assisti varias vezes e não entendi naaaaaaadaaaa

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  7. Não é o q parece?! A igreja queria salva-la? É a família não?! Vi ate o fim, mas não revejo

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  8. Nem terminei o marido quis assistir eu achei podre já mto confuso

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  9. Minha esposa viajou na maionese..falou q a esposa foi levada para igreja para sacrifício

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Filme bom mas tem que assistir e nao fazer mais nada para entender a moral do filme.

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    1. Gostaria que vc me explicasse pq nao entendi. O olhar da mãe para o filho é de ódio?qd vai para o hospital. O médico bolou tudo isso com ela? E o marido que fim levou! Vixiiii não entendi nadica

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  12. Nunca vi um filme tão ruim. Péssimo é pouco 🤦🏽‍♀️

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  13. A igreja idolatrava a mulher e por isso queriam aplicar uma cura experimental, enquanto a família pelo jeito todos praticamente, queriam ele morta pela herança. Os 4 filhos e o marido foram mortos, só a moça escapou por ser inocente, segundo um deles declara.
    E o médico disse que não era pra nada disso ter ocorrido, eles iriam entrar na casa aplicar o remédio e sair, mas o plano falhou.

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  14. Fiz uma analogia boa.
    Esposa = pandemia da COVID-19
    Igreja = laboratórios
    Maleta = vacina
    Filhos = 4 filhos do Bostonaro
    Marido = Bostonaro MORE
    Mulher loira = Michelle Bostonaro

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