tag:blogger.com,1999:blog-29596446956343149252024-03-28T04:27:56.631-03:00Dicas de filmesUnknownnoreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-60084056112035873092021-10-29T20:13:00.001-03:002021-10-29T20:13:12.669-03:00Pranto maldito: terror colombiano explora lenda local. E não convence<p>Não é muito comum nos serviços de <i>streaming</i> do Brasil termos acesso a filmes produzidos na Colômbia, ainda mais de terror. Por isso, mas não só, <b>Pranto maldito (Llanto maldito)</b> atrai a atenção de quem olha o catálogo da <b>HBO Max</b>. O <a href="https://www.youtube.com/watch?v=u1ESJA6ISQk" target="_blank">trailer</a> promete uma história tensa, um ambiente sombrio e um horror que se inspira mais no clima e na história do que em efeitos especiais.</p><p>O "pranto" do título se refere na verdade a uma lenda comum em muitos países latino-americanos e que na Colômbia se conhece por <b>Tarumama</b>. As histórias giram em torno do espírito de uma mulher que, conforme a versão, ou teria ensandecido e afogado os próprios filhos ou teria dado à luz e, exausta pelo parto, deixado o rio levar seu filho. É esta alma perturbada que vai interferir na vida de Sara e Óscar, e de seus dois filhos, Alicia e Tomás. </p><p>O casal urbano resolve alugar um chalé em um lugar afastado para tentar reatar laços e manter seu casamento, após a experiência traumática de Sara, que teve um filho natimorto. Quando são apresentados pela responsável ao local em que vão ficar, ficam sabendo que os donos do imóvel também tiveram um filho, ainda criança, morto em um acidente em um rio próximo. </p><p>(Aliás, algo bastante normal um chalé que tem fotos da família dos donos na parede e a pessoa que o aluga contar voluntariamente que o filho dos proprietários morreu nas proximidades...)</p><p>A história segue mostrando os conflitos do casal e o sofrimento dos filhos com as desavenças dos pais, roteiro que, sem nenhuma ação sobrenatural, afeta infelizmente famílias ao redor do mundo. Não bastasse isso, os integrantes do clã, um a um, começam a ver uma mulher que chora durante a noite.</p><p>Neste ponto, os problemas da família se agravam. E os do filme também.</p><p><br /></p><p><i><b>Spoilers daqui em diante</b></i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.cinevistablog.com/wp-content/uploads/2021/06/llanto-maldito-terror-andres-beltran_opt2_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="534" data-original-width="800" height="313" src="https://www.cinevistablog.com/wp-content/uploads/2021/06/llanto-maldito-terror-andres-beltran_opt2_.jpg" width="470" /></a></div><br /><p><br /></p><p>Aos poucos, a situação vai perdendo a verossimilhança não por conta da interferência espiritual, mas sim pela própria reação dos personagens. Obviamente que todo filme de terror precisa de um comportamento algo anormal, descuidado ou cético de algum ou alguns personagens para que haja a tensão e, enfim, o tal horror. Mas a resistência do pai em sair dali após o desconforto geral da família é algo que beira o inacreditável, inclusive diante daquilo que já se conhece de Óscar até então, que não tem um perfil exatamente irrascível, ainda mais com os filhos.</p><p>São diversos clichês em sequência, com uma nítida dificuldade na interação entre os personagens e a própria fluidez da história. A certa altura, o espectador é brindado com, talvez, a única referência (fora a lenda, que não é explicitada ou citada no filme) à Colômbia: o <a href="https://www.youtube.com/watch?v=dAuOlNKveGU" target="_blank">sancocho</a>, prato típico também de outros países. E a cena em que a família é convidada para degustar tal cozido é quase deslocada dentro do roteiro, fazendo pouco sentido na trama.</p><p>Além disso, na única vez em que aparece o tal rio, o que poderia ser um elemento relevante na composição da história, trata-se de um pequeno riacho sem profundidade, cujo grande perigo são algumas pedras em que se pode escorregar. Trivial e nem um pouco assustador.</p><p>O filme é tecnicamente bem feito, com uma fotografia que consegue dar uma atmosfera sombria à trama. Ainda assim, poderia facilmente ser uma película confundida com alguma produção estadunidense. Esta falta de identidade, além da ausência de originalidade, poderia ser compensadas com um ritmo que prendesse o espectador, o que não ocorre.</p><p>Se não chega a ser um desastre, <b>Pranto maldito</b> entrega bem menos do que poderia, ainda mais explorando um contexto que, pelo drama em si, já possui sua própria carga de horror. </p><p><br /></p><h3 style="text-align: left;">Pranto maldito (Llanto maldito)</h3><p><br /></p><p>Direção: Andres Beltran</p><p>Elenco: Paula Castaño, Andres Londono, Carolina Ribón, Alanna De La Rossa e Jerónimo Barón</p><p>Nacionalidade: Colômbia</p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif;"><span style="font-family: georgia, utopia, quot; font-weight: 700;"><br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif;"><span style="font-family: georgia, utopia, quot; font-weight: 700;">Leia também:</span><br style="font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif;" /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 14.85px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;"></span></p><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/11/o-que-ficou-para-tras-his-house-na.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">O que ficou para trás (His House), na Netflix: quando a realidade é o verdadeiro horror</a></h3><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><br /></h3><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/09/cobra-kai-na-netflix-sucesso-que-se.html" style="color: #771100; font-family: inherit; font-size: large; text-decoration-line: none;">Cobra Kai na Netflix: sucesso que se justifica</a></h3><div><br /></div><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2021/10/bingo-hell-filme-parte-de-premissa-boa.html" style="color: #992211; text-decoration-line: none;">Bingo Hell: filme parte de premissa boa, mas se perde no meio</a></h3><div><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-87605680335842398682021-10-08T19:19:00.000-03:002021-10-08T19:19:00.282-03:00Bingo Hell: filme parte de premissa boa, mas se perde no meio<p>A especulação imobiliária a a gentrificação, que expulsa moradores de uma determinada área para abrigar pessoas com maior poder aquisitivo, têm sido temas constantes de obras tão distintas como as séries <i>Billions</i> e <i>Unbreakable Kimmy Schmidt</i>, chegando até filmes como o brasileiro <i>Aquarius</i>, de Kleber Mendonça Filho. É uma questão árida, muitas vezes ignorada por parte da mídia (que recebe polpudos recurso vindos da publicidade do setor imobiliário), mas que, de fato, aterroriza diversas pessoas que se veem impotentes, muitas vezes de uma hora para outra, diante do poder econômico. Adequado para um filme de terror, como <b>Bingo Hell</b>.</p><p>Quando a sanha especulativa atinge classe mais abastadas, como <a href="https://www.redebrasilatual.com.br/cidades/2021/09/moradores-criticam-pde-e-verticalizacao-sem-controle-de-sao-paulo/" target="_blank">moradores do bairro de Pinheiros</a>, em São Paulo, as vozes conseguem até ser ouvidas. Em geral isso não acontece. é o caso da pequena cidade de Oak Springs, que sofre com a gentrificação e a chegada de novos e abastados moradores. Mas há resistência de alguns, encarnada em Lupita (Adriana Barraza), que tenta, junto com outras pessoas que residem há décadas no local, ainda manter o espírito de comunidade e permanecer ali.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLi1WkVy4ZLfbWPTEs8uA86ZWzK_O-1coiA5wDP1WGardGXbLKVHC9vgKYHzbhqz3DY4pcujoorv-ZCifCeFzdIDITiIVx8mvL_E47YnTvZf4mZO8IiOzXWgEJ7Nfakqv92MSvlLP7Xok/s326/bingo%253Dhell-amazon.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="155" data-original-width="326" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLi1WkVy4ZLfbWPTEs8uA86ZWzK_O-1coiA5wDP1WGardGXbLKVHC9vgKYHzbhqz3DY4pcujoorv-ZCifCeFzdIDITiIVx8mvL_E47YnTvZf4mZO8IiOzXWgEJ7Nfakqv92MSvlLP7Xok/w400-h190/bingo%253Dhell-amazon.jpeg" width="400" /></a></div><p><br /></p><p>O salão de bingo (<i>bingo hall</i>, daí o trocadilho do título) é não só o local de encontro dos resistentes, mas também onde se articulam os laços de solidariedade e ajuda. O cenário, contudo, começa a mudar quando Mario (David Jensen), o dono do imóvel desaparece e no lugar do tradicional salão é aberto um outro bingo, com intenções e ambições bem distintas.</p><p>Embora haja uma morte logo no início do filme, até a primeira sessão do novo bingo o filme é marcado pelo humor. Estamos falando de uma heroína improvável para um filme do gênero, o que poderia ser uma vantagem. A interação entre os atores também flui bem até o momento crucial da estreia do chamado Mr. Big.</p><h3 style="text-align: left;">A metáfora se perde em Bingo Hell (contém spoilers)</h3><p>Mr. Big é o nome da nova casa de entretenimento, como é também a alcunha do personagem que se apresenta como seu dono. A metáfora não é sutil: ele seria a própria encarnação do mal, representando no caso o poder da sedução do dinheiro. Os vencedores do bingo em sua casa receberiam o devido castigo.</p><p>E aí o o problema aparece. Os personagens cedem ao seu "desejo" por mais dinheiro, mas desconsidera-se totalmente o contexto de cada uma. Necessidades econômicas de quem tem pouco ou quase nada e frustrações por diversos motivos são igualados na esteira do que seria uma "fraqueza" de cada um que caiu. Desenha-se um problema de ordem moral para cada um, quando se trata de uma questão estrutural.</p><p>Em outros filmes, como os citados acima, e na própria vida real testemunhada por pessoas que estão envoltas em episódios nos quais ousam contrariar interesses da indústria imobiliária, a receita do terror se faz com ameaças diretas e indiretas, chantagens e violência psicológica e até física. Em <b>Bingo Hell</b>, a história sugere que se trata de uma questão do personagem não ceder à cobiça, quando o buraco é mais embaixo.</p><p>Além disso, o filme desrespeita algo básico em qualquer filme de terror. O vilão, seja ele humano, inumano, espírito, alienígena etc, tem métodos para agir. Muitas vezes a a graça do filme é descobrir a tática e a estratégia para então saber como derrotá-lo. O Mr. Big age de forma quase aleatória, não se sabe o quão carnal é. E a solução para eliminá-lo é pueril demais para um ser sobrenatural. Ele não é exatamente um "material boy" (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=6p-lDYPR2P8" target="_blank">perdão, Madonna</a>) para ter o fim que teve...</p><p>Se não for levado nem um pouco a série, <b>Bingo Hell</b> ainda pode fazer rir com o bom elenco que tem. Mas assista com expectativa baixa.</p><p><b>Bingo Hell (2021)</b></p><p>Direção: Gigi Saul Guerrero</p><p>Elenco: Adriana Barraza, L. Scott Caldwell, Joshua Caleb Johnson, Richard Brake</p><p>Duração: 1h25</p><p>Nacionalidade: Estados Unidos</p><p>Disponível no <b>Amazon Prime Video</b></p><p><b><br /></b></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif;"><span style="font-family: georgia, utopia, quot; font-weight: 700;">Leia também:</span><br style="font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif;" /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 14.85px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;"></span></p><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/11/o-que-ficou-para-tras-his-house-na.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">O que ficou para trás (His House), na Netflix: quando a realidade é o verdadeiro horror</a></h3><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><br /></h3><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/09/cobra-kai-na-netflix-sucesso-que-se.html" style="color: #771100; font-family: inherit; font-size: large; text-decoration-line: none;">Cobra Kai na Netflix: sucesso que se justifica</a></h3><div><br /></div><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2020/12/2020-nunca-mais-falso-documentario-traz.html" style="color: #992211; text-decoration-line: none;">2020 Nunca Mais: falso documentário traz retrospectiva de um ano surreal</a></h3>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-84227885492102065632020-12-27T14:43:00.002-03:002020-12-27T14:43:40.175-03:002020 Nunca Mais: falso documentário traz retrospectiva de um ano surreal<p>Logo no início de <b>2020 Nunca Mais (Death to 2020)</b>, o jornalista vivido por Samuel L. Jackson questiona, sobre a intenção dos realizadores de fazerem uma retrospectiva de 2020: "por que vocês querem fazer isso?".</p><p>Em uma entrevista concedida em maio, o britânico Charlie Brooker, responsável pela produção da série <b>Black Mirror</b>, havia dito que <a href="https://ew.com/tv/black-mirror-season-6-coronavirus/" target="_blank">não estava produzindo nenhum episódio</a> porque não sabia se haveria "estômago para histórias sobre sociedades desmoronando". "Estou ansioso para revisitar meu conjunto de habilidades cômicas, então tenho escrito roteiros com o objetivo de me fazer rir."</p><p>O resultado dessa intenção de Brooker é o falso documentário que entrou no ar pela Netflix neste domingo. Desnecessário dizer que o ano que termina na próxima sexta-feira foi tão atípico que tornou palpáveis narrativas que pertenciam à esfera da ficção. Não só pela pandemia que atingiu o mundo de formas distintas, mas por acontecimentos como a corrida eleitoral nos Estados Unidos e o próprio comportamento irresponsável de líderes mundiais em relação à covid-19.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOLEkM74Rgt_VQqht_4fTz-xcz9iS0UTV554f5kNnne8qDHP3fe3muX9V5yQ7SCRCr4Tp6XH-1VfZm6XQ13FoPHgAsL6a3F9QR1bH_BlFxLUpB-KsH-CJwQC-4canOSldjt4J8pOVbLqI/s477/2020-nunca-mais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="268" data-original-width="477" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOLEkM74Rgt_VQqht_4fTz-xcz9iS0UTV554f5kNnne8qDHP3fe3muX9V5yQ7SCRCr4Tp6XH-1VfZm6XQ13FoPHgAsL6a3F9QR1bH_BlFxLUpB-KsH-CJwQC-4canOSldjt4J8pOVbLqI/s320/2020-nunca-mais.jpg" width="320" /></a></div><p>Nesse contexto, o filme faz com que lembremos de fatos graves, ocorridos em um período pré-pandemia que parecem ter acontecido em outra vida, como a série de <a href="https://www.dw.com/pt-br/inc%C3%AAndios-na-austr%C3%A1lia-afetaram-quase-3-bilh%C3%B5es-de-animais-afirma-estudo/a-54350188">incêndios na Austrália</a> iniciada em janeiro, que matou ou desabrigou 3 bilhões de animais no país. Ou o assassinato, por parte do governo estadunidense, do general iraniano <a href="https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51015111" target="_blank">Qasem Suleimani</a>, elevando a tensão geopolítica a um nível elevado e trazendo ao mundo o medo de um conflito de terríveis proporções.</p><p>Mas é a pandemia quem domina o falso documentário. Não apenas pelo que causou, mas pela reação de governos a ela. E aí, obviamente, entram como alvo presidentes que desprezaram a pandemia, como Donald Trump, alvo principal do filme, e Boris Johnson. O brasileiro Jair Bolsonaro também aparece rapidamente como exemplo, ao lado do presidente dos EUA, de líder que não toma cuidados para se prevenir contra o contágio pela covid-19.</p><p>Entre personagens reais, surgem outros ficcionais, mas nem tanto, como o mega-empresário e o influenciador digital que querem lucrar com a pandemia, fingindo "se importar", até o historiador que não consegue distinguir ficção e realidade.</p><p>Aliás, essa falta de distinção, representada pelo negacionismo encarnado em uma "cidadã comum" e, na sua forma mais perversa na congressista vivida por Lisa Kudrow, é um dos elementos centrais da obra, já que sua dimensão alcançou hoje um status no qual afeta a vida das pessoas mas pode determinar até mesmo sua morte.</p><h3 style="text-align: left;">2020 Nunca Mais sem o fio da meada</h3><p>Quase toda retrospectiva jornalística é, na prática, uma colcha de retalhos, e o filme não escapa de ser uma salada. Mas, como obra ficcional, perde força justamente por não dar algum sentido à sequência de fatos.</p><p>Talvez o negacionismo e o predomínio das fake news poderiam ser a linha que une os fatos retratados no filme. Afinal, ela está presente não só no enfrentamento da pandemia e nos boatos sobre a vacinação, como também na negação do racismo, tema visitado a partir da explosão dos protestos do Black Lives Matters em nível mundial após o assassinato de George Floyd. e também na mentira como estratégia de luta política, algo que cresce e alimenta o anti-cientificismo. </p><p>O filme perde essa oportunidade e os personagens, alguns que parecem fazer pouco sentido no conjunto, também não dão essa costura. Além disso, trata-se essencialmente um filme anglo-saxão, já que centra suas críticas em Trump e Johnson, ignorando tantas outras personalidades da política mundial que se destacaram, positiva (e em especial negativamente) na pandemia.</p><p>Como comédia, embora possa suscitar risadas, comete um pecado mortal que já vitimou outros filmes e séries. Muitas das piadas são variações do mesmo tema. Quando aborda as eleições nos Estados Unidos, tema, aliás sobredimensionado, há uma série delas sobre a idade de Joe Biden. Dá vontade de dizer, "ok, entendi que ele é idoso, mais alguma coisa além disso?".</p><p>Apesar da intenção de Brooker e do elenco valioso, que consegue dar um tempero ao filme em muitos momentos, o roteiro e mesmo o cenário atual ainda não permitam que se possa olhar para 2020 de uma forma cômica.</p><p><br /></p><p><b>2020 Nunca Mais (Death to 2020)</b></p><p>Direção: Charlie Brooker e Al Campbell</p><p>Elenco: Samuel L. Jackson, Hugh Grant, Cristin Milioti e Lisa Kudrow</p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;">Duração: 110 minutos</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;">Nacionalidade: Estados Unidos</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;"><br /></span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif;"><span style="font-family: georgia, utopia, quot; font-weight: 700;">Leia também:</span><br style="font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif;" /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 14.85px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;"></span></p><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/11/o-que-ficou-para-tras-his-house-na.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">O que ficou para trás (His House), na Netflix: quando a realidade é o verdadeiro horror</a></h3><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><br /></h3><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/09/cobra-kai-na-netflix-sucesso-que-se.html" style="color: #771100; font-family: inherit; font-size: large; text-decoration-line: none;">Cobra Kai na Netflix: sucesso que se justifica</a></h3><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><br /></h3><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/09/o-dilema-das-redes-documentario-alerta.html" style="color: #771100; font-family: inherit; font-size: large; text-decoration-line: none;">O dilema das redes: documentário alerta para futuro sombrio que bate à porta</a></h3><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;">Disponível na </span><a href="https://www.netflix.com/title/81254224" style="color: #771100; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px; text-decoration-line: none;" target="_blank">Netflix</a></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-71368728169021890782020-11-03T18:41:00.000-03:002020-11-03T18:41:10.063-03:00O que ficou para trás (His House), na Netflix: quando a realidade é o verdadeiro horror"Depois de tudo que passamos, depois de tudo que vimos que os homens podem fazer, acha que barulhos à noite me assustam? Acha que posso ter medo de fantasmas?" O questionamento da personagem Rial Majur (Wunmi Mosaku) a seu marido, Bol (Sope Dirisu), ambos protagonistas do filme <b>O que ficou para trás (His House)</b>, produção que estreou na <a href="https://vernonetflix.blogspot.com/search/label/Netflix" target="_blank">Netflix</a> em outubro, dá um pouco a dimensão de cenários que seriam típicos de filmes de horror mas que se banalizaram de tal forma que não chegam a espantar a audiência dos noticiários. Ainda que sejam tragédias difíceis até de se descrever para quem as vive.<div><div><br /></div><div>Boa parte destas histórias de terror poderiam ser contados pelos refugiados, invisibilizados, mas numerosos como nunca antes no planeta. <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2020-06/onu-numero-de-pessoas-em-deslocamento-forcado-bate-recorde" target="_blank">Segundo dados dados da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur)</a>, foram 79,5 milhões de pessoas deslocadas forçosamente de suas casas em 2019, o equivalente a 1% da população mundial. Um dos países que está na lista entre os que mais provocam deslocamentos de pessoas, tanto no plano interno quanto no externo, é também o mais novo país do mundo, o Sudão do Sul.</div><div><br /></div><div>Após conquistar a independência em 2011, dois anos depois mergulhou em uma violenta guerra civil, e segundo a ONU são <a href="https://news.un.org/pt/story/2019/07/1679371" target="_blank">2,3 milhões de sul-sudaneses vivendo em outros países</a>, principalmente vizinhos, e 1,9 milhão que tiveram que sair de suas casas mas permanecem dentro das fronteiras. O filme <b>O que ficou para trás</b> conta justamente a história de dois refugiados que saem do país em busca da sobrevivência, indo parar na Inglaterra.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65iVmnR5aoMTyNJPrJ4YXjFuDwsVRHjFkPrg0jPKN4nW5yEemMqhfd-nRCNechVtKhV5QCybl2QRJtENUOtPu2nG4YIBiIMyjehrLEJgWuEk2mUzWNbq8RZWCMRCGowTd9x3b09uzRpk/s273/o-que-ficou-para-tras.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="filme His House" border="0" data-original-height="185" data-original-width="273" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65iVmnR5aoMTyNJPrJ4YXjFuDwsVRHjFkPrg0jPKN4nW5yEemMqhfd-nRCNechVtKhV5QCybl2QRJtENUOtPu2nG4YIBiIMyjehrLEJgWuEk2mUzWNbq8RZWCMRCGowTd9x3b09uzRpk/w400-h271/o-que-ficou-para-tras.jpeg" title="Filme O que ficou para trás" width="400" /></a></div><br /><div><br /></div><div><br /></div><div>No país europeu, após passarem um tempo em um centro de detenção depois de uma travessia marítima que vitimou diversas pessoas, entre elas sua filha, conseguem algo raro para poucos migrantes nesta situação. São aceitos em um programa governamental que condiciona sua permanência no país a uma espécie de "manual de boa conduta", recebendo auxílio por parte do governo e uma casa para morar.</div><div><br /></div><div>Após chegarem na casa, em um bairro operário no qual tomam contato com o preconceito quase de forma instantânea, o comportamento do casal passa a ser distinto. Enquanto Bol busca se adaptar e abandonar inclusive hábitos da sua cultura, Rial se mostra incomodada e não aceita, demonstrando isso a seu parceiro. Além disso, aparições vinculadas à história dos dois começam a surgir na casa, aumentando o desconforto e o estranhamento.</div><div><br /></div><h2 style="text-align: left;">Remi Weeks e a assimilação</h2><div><br /></div><div>A casa de cada um costuma ser o refúgio e o lugar seguro. E mudanças exigem sempre capacidade e vontade de adaptação. Não à toa que lares mal-assombrados são um grande filão do cinema de horror, já que se relacionam a medos e insegurança comuns a quase todos. Mas, no caso, de um refugiado, que perde o direito não só ao lar como de seu próprio chão, as assombrações tomam outro vulto.</div><div><br /></div><div>O diretor do filme Remi Weeks, que também é autor do roteiro, <a href="https://nofilmschool.com/his-house-director-remi-weekes" target="_blank">falou em entrevista</a> que o longa questiona justamente o quanto uma pessoa pode abrir mão para se adaptar a uma nova realidade ou buscar um recomeço. "Tendo crescido em Londres como uma pessoa negra, uma conversa que tivemos em nossa comunidade foi sobre assimilação, e quanto de você você desiste ou deixa de ceder. Esse é o ponto crucial da história", disse ele.</div><div><br /></div><div>Esse conflito entre aquilo que os personagens, na verdade, não deixaram para trás, e sua nova realidade faz da casa um terceiro personagem que interage com eles durante toda a história. Os fantasmas que ali aparecem simbolizam toda a vivência que é impossível de ser esquecida pelos protagonistas, incluindo uma virada na trama que torna ainda mais palpável o tamanho de suas tragédias.</div><div><br /></div><div>Entre a perturbação da consciência de um <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodion_Rom%C3%A2novitch_Rask%C3%B3lnikov#:~:text=Raskolnik%C3%B3v%20%C3%A9%20um%20jovem%20ex,cidade%20de%20S%C3%A3o%20Petersburgo%2C%20R%C3%BAssia." target="_blank">Raskolnikóv</a> de <i>Crime e Castigo</i>, o próprio apego às origens e um outro horror diante do desconhecido, Weeks consegue manter a tensão em um terror que incomoda o espectador o tempo todo, mas mantém sua atenção e é capaz de despertar empatia mesmo perante ações pra lá de questionáveis. No horror que é produzido e mantido pela indiferença alheia, ninguém escapa. <br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><br />
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="240" src="https://www.youtube.com/embed/DYY0QJhlXjc" width="500"></iframe></div></div><div><br /></div><div><h4 style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px; text-align: left;"><span style="font-size: large;">O que ficou para trás (His house)</span></h4><h4 style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px; text-align: left;">Direção: Remi Weeks</h4><h4 style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px; text-align: left;">Elenco: Wunmi Mosaku, Sope Dirisu, Matt Smith, Javier Botet, Cornell John, Emily Taaffe e Malaika Abigaba</h4><h4 style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px; text-align: left;">Duração: 93 minutos</h4><h4 style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px; text-align: left;">Nacionalidade: Reino Unido</h4><h4 style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px; text-align: left;">Disponível na <a href="https://www.netflix.com/title/81254224" style="color: #771100; text-decoration-line: none;" target="_blank">Netflix</a></h4></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, quot; font-weight: 700;"><br /></span></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, quot; font-weight: 700;">Leia também:</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif;" /></span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif; font-size: 14.85px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 14.85px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;"></span><h3 style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><span style="color: red;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um</a></span></span></h3><h3 style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><span style="color: red;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;"><br /></a></span><span style="color: #771100; text-decoration-line: none;"><span style="color: #771100; text-decoration-line: none;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/09/cobra-kai-na-netflix-sucesso-que-se.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">Cobra Kai na Netflix: sucesso que se justifica<br /></a></span></span><span style="color: #771100; text-decoration-line: none;"><br /></span></span></h3><h3 style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><span style="color: #771100; text-decoration-line: none;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/09/o-dilema-das-redes-documentario-alerta.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">O dilema das redes: documentário alerta para futuro sombrio que bate à porta</a></span></span></h3></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-70631046397942242922020-09-13T15:28:00.001-03:002020-09-18T18:14:31.128-03:00O dilema das redes: documentário alerta para futuro sombrio que bate à porta<p>Produzido originalmente para a Netflix, o documentário <b>O dilema das redes</b> traz um tema que ainda é restrito a alguns nichos que, há tempos, vêm discutindo os impactos das redes sociais na vida das pessoas. Sob controle de grandes corporações como o Facebook, dono da plataforma homônima, do Whatsapp e do Instagram, e o Google, que além do principal site de pesquisas do mundo tem ainda o maior serviço de e-mail (Gmail) e o YouTube, tais plataformas mudam o modo de ser e de pensar de seus usuários, que mal percebem que estão sendo manipulados.</p><p>Não é à toa que a questão da privacidade online, o rastreamento de dados e a manipulação de algoritmos não chegam a ser um assuntos discutidos de forma mais ampla. Primeiro, corporações poderosas do ponto de vista financeiro e político conseguem interditar o debate em boa parte dos países. Em segundo lugar, é um tema que tem contornos técnicos e legais que nem sempre estão ao alcance das pessoas de um modo geral. E este é o grande mérito de <i>O dilema das redes</i>. Consegue colocar a discussão de forma didática, sem ser raso, e destacar a sua gravidade.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKFIwGHr5sxmbuxSQJ8Zovj2aIpDwYMSsANreQt7o5J-aeqi1etFSg8rj_psUekyunSVyXbQOnB9I0Ajqx1scdKe40B-IoDcof5WjI3B7JU9SbfejNK6xBu-ihAUXlqjRSE2fMVkiRD-8/s1024/dilema-das-redes.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKFIwGHr5sxmbuxSQJ8Zovj2aIpDwYMSsANreQt7o5J-aeqi1etFSg8rj_psUekyunSVyXbQOnB9I0Ajqx1scdKe40B-IoDcof5WjI3B7JU9SbfejNK6xBu-ihAUXlqjRSE2fMVkiRD-8/w500-h281/dilema-das-redes.jpg" width="500" /></a></div><p>Diversas mudanças têm acontecido de modo tão veloz na sociedade, comparando-se a períodos históricos anteriores, que absurdos vêm sendo naturalizados e/ou relativizados sem que as pessoas se deem conta. E as redes sociais têm um papel importante nesse contexto. Seja porque condicionam as pessoas a desenvolverem uma espécie de dependência em relação a elas, ou devido ao fato de serem um campo ideal para manipulações que interferem no dia a dia e mesmo no cenário político de países inteiros, desde alguns nos quais o Facebook é praticamente sinônimo de internet (como era o caso do <a href="https://olhardigital.com.br/noticia/55-dos-brasileiros-acham-que-o-facebook-e-a-internet-diz-pesquisa/65422" target="_blank">Brasil, em 2017</a>) até outros em que redes como o Whatsapp se tornaram dominantes (novamente, o Brasil serve de exemplo).</p><p>O filme traz depoimentos de pessoas que participaram do processo de criação de algumas dessas plataformas e de suas principais ferramentas, o que traz credibilidade às informações e reflexões construídas. De uma forma geral, boa parte dos testemunhos dá conta até de boas intenções por parte das pessoas envolvidas nos projetos iniciais. Ideias de envolvimento, agregação de pessoas, engajamento e mesmo estímulo a "sentimentos bons", como se relata sobre a ideia original do "curtir" no Facebook (embora não seja muito crível conceber "boas intenções" na elaboração desse mecanismo). Mas o fato é que tais empresas têm um objetivo evidente: o lucro. E o produto a ser vendido é você.</p>
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="280" src="https://www.youtube.com/embed/uaaC57tcci0" width="500"></iframe><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">Manipulação de dados e desejos</span></div><div><br /></div><div>Embora haja escândalos graves envolvendo a venda de dados de usuários do Facebook para uso comercial e político, a utilização das informações que deveriam ser privadas e são colhidas sem que as pessoa saibam se volta prioritariamente a anunciantes destas plataformas. A promessa da publicidade veiculada em veículos como TV, rádio e impressos antes era "descobrir" ou estimular desejos e vontades do público, levando-o a consumir. Mas, agora, graças aos avanços tecnológicos e uso intensivo das redes e aplicativos, as possibilidades nesse campo se ampliaram de uma forma incrível.</div><div><br /></div><div>Estas plataformas conseguem traçar o perfil de todos que as usam, construindo modelos com base em algoritmos que são capazes de prever determinado tipo de comportamento conforme a situação. E usam isso não só para vender aquilo que "você precisa" em determinado contexto ou momento, mas também para fazer com que seu tempo de permanência seja cada vez maior diante da tela do celular ou do computador.</div><div><br /></div><div>O filme mostra o quão pernicioso é isso, já que o efeito dessa manipulação de dados é duplo: as companhias buscam oferecer aquilo que a pessoa sempre quer, mas também atuam para que ela queira o mesmo tipo de coisa. Sempre. É um condicionamento que pretende mantê-la no mesmo lugar, vendo continuamente o mesmo tipo de conteúdo, restrita a uma bolha onde circula um tipo de informação padrão, que se retroalimenta.</div><div><br /></div><div>Com o usuário entrando sempre em contato com o mesmo tipo de estímulo e recebendo a "recompensa", cria-se uma zona de conforto onde qualquer interferência externa ou ruído toma forma de ameaça. Ou seja, nesse cenário a lógica do inimigo, explorada por diversas forças políticas, ganha força. O questionamento é visto como afronta e o diálogo chega ao limite do impossível.</div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">As redes e a desinformação como arma</span></div><div><br /></div><div>É o contexto que facilita a circulação das chamadas <i>fake news</i>, decisivas em disputas eleitorais e que trazem diversos danos em outras áreas como, por exemplo, na saúde pública. Movimentos antivacina ganham corpo e a desinformação causa mortes em meio à pandemia da covid-19, quando passam a circular desde receitas caseiras que supostamente previnem ou curam a doença a teorias que desmentem sua própria existência.</div><div><br /></div><div>Por mais que, em alguns países, como os Estados Unidos, tenha havido tentativas de "enquadramento" das grandes companhias para que ajam contra as fake news, o filme mostra o porquê disso não se concretizar. As gigantes da comunicação ganham com a desinformação, já que notícias falsas circulam com muito mais rapidez do que as reais, gerando audiência, engajamento, cliques e dinheiro. Além disso, a inteligência artificial dos algoritmos simplesmente não sabe distinguir entre algo real ou não.</div><div><br /></div><div>Além dos depoimentos de pessoas que participaram e participam da indústria de tecnologia, há ainda especialistas de outras áreas e uma narrativa fictícia contada para ilustrar os efeitos das redes e de seus mecanismos no cotidiano. Aqui há também o ponto fraco do filme. Não são ouvidos acadêmicos e ativistas de movimentos com o do software livre e outros que defendem a democratização da comunicação no mundo que já alertavam para as perspectivas sombrias das redes sociais e de ferramentas e softwares proprietários.</div><div><br /></div><div>A narrativa bem construída, apesar de alertar de forma incisiva para as mudanças que já ocorrem, levando o mundo a uma espécie de distopia onde o pior de cada um pode ser despertado, também aponta para possíveis saídas, como a regulação das atividades das gigantes do setor para que se estabeleçam, normativamente, limites éticos à sua atuação. Mas faltam, mais uma vez, já que se reconhece a busca do lucro como motor do sistema, as saídas não-capitalistas.</div><div><br /></div><div>Também fica patente que nenhuma mudança vai acontecer, de acordo com o próprio documentário, sem uma pressão forte da opinião pública, o que exige obviamente conhecimento das pessoas sobre o quanto seus direitos e suas vidas estão sendo ameaçados. Como diz Jason Lanier, autor do livro <i><a href="https://www.hypeness.com.br/2018/12/aqui-vai-um-breve-resumo-do-livro-10-argumentos-para-voce-deletar-agora-suas-redes-sociais/" target="_blank">Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais</a></i>, que aparece no filme, mesmo que não seja possível promover uma saída em massa de forma imediata das pessoas das redes, como sugere sua obra-manifesto, é possível fazer com que atentem a essa questão, provocando a reflexão e mesmo a mudança de atitude de alguns. Reconhecer o problema é um primeiro passo.</div><div><br /></div><div><span style="font-size: large;">O dilema das redes (The social dilemma)</span></div><div><div>Direção: Jeff Orlowski</div><div>Duração: 89 minutos</div></div><div>Disponível na <a href="https://www.netflix.com/title/81254224" target="_blank">Netflix</a></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, quot; font-size: 14.86px; font-weight: 700;">Leia também:</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif; font-size: 14.85px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif; font-size: 14.85px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 14.85px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;"></span><div class="post-title entry-title" style="background-color: white; color: #333333;"><span style="color: red; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 14.85px;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um</a></span><br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 14.85px;"><br /></span><h3 class="post-title entry-title" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/09/cobra-kai-na-netflix-sucesso-que-se.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;">Cobra Kai na Netflix: sucesso que se justifica</span></a></h3><div style="font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif; font-size: 14.85px;"><br /></div><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/dois-papas-na-netflix-uma-ficcao-bem.html" style="color: #771100; font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif; font-size: 14.85px; text-decoration-line: none;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Dois Papas, na Netflix: uma ficção bem humorada, mas que pouca revela</span></a></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-42978863046527148282020-09-12T16:42:00.003-03:002020-09-12T16:44:04.631-03:00Cobra Kai na Netflix: sucesso que se justifica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7yL_J_H6CtPzY_GyiKUiKBfPVFkxJTD6P50lwm74upAl8qUq0ud_Fjkhyphenhyphen4i4O902szLksGXkZCOov2TYFGGjCkwJvcekxbS8cuTvej-q2pLEnQyiR7bqGBU4DfY8FrhRg7rpg8Xm57FM/s800/cobra-kai-netflix.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7yL_J_H6CtPzY_GyiKUiKBfPVFkxJTD6P50lwm74upAl8qUq0ud_Fjkhyphenhyphen4i4O902szLksGXkZCOov2TYFGGjCkwJvcekxbS8cuTvej-q2pLEnQyiR7bqGBU4DfY8FrhRg7rpg8Xm57FM/w500-h281/cobra-kai-netflix.jpg" width="500" /></a></div><br /><p>Na sitcom <i>How I Met Your Mother</i>, os amigos do personagem Barney Stinson preparam uma despedida de solteiro para ele, realizando uma lista de desejos, que inclui conhecer o protagonista do filme <i>Karate Kid</i>, de 1984. Como se trata de promover inúmeras "pegadinhas" com o noivo, eles trazem Ralph Machio, que faz Daniel Larusso no filme. Barney rejeita o presente, afirmando que o "verdadeiro" Karate Kid era Johnny Lawrence (William Zabka).</p><p>O vídeo com a sequência do seriado segue abaixo.</p><p><iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="280" src="https://www.youtube.com/embed/ZLJCUCx3TDo" width="500"></iframe><br /></p><p>Muitos entenderam essa passagem como uma espécie de "profecia" ou no mínimo algo que inspirou on Hurwitz, Hayden Schlossberg e Josh Heald, os criadores do seriado <b>Cobra Kai</b>. Se o filme original não deixava dúvidas quanto ao protagonismo de Daniel, no melhor estilo mocinho contra vilão, o seriado começa priorizando a história de seu adversário. A época é 2018, 34 anos depois dos dois adolescentes terem se enfrentado em um torneio regional de caratê sub-18.</p><p>Enquanto Larusso é agora um bem sucedido dono de uma concessionária de automóveis, Lawrence vive de bicos. Ambos ainda tem relação com o passado adolescente a a fatídica luta. Mas, ao contrário do dualismo que estabelecia bem o papel de cada um na película original, agora há uma zona cinzenta em que nenhum dos dois é tão herói ou vilão assim.</p><p>Assim como <i>Better Call Saul</i> resgata as origens e todo o processo que levou o advogado de Walter White a ser o que era em <i>Breaking Bad</i>, o passado de Lawrence também é escrutinado, mostrando que o "menino rico" da película original tem uma trajetória bem mais acidentada do que poderia parecer. Obviamente que essa construção passa longe de ser brilhante como no <i>spin off</i> de Vince Gillian, e a proposta nem é essa: a narrativa é contada de forma mais singela, com referências a filme de artes marciais e mesmo, em alguns momentos, a <i>soap operas</i> ou novelas.</p><p>Já Larusso tem uma face esnobe e por vezes arrogante ali evidenciada. A filosofia de seu mentor, "senhor" Miyagi, já morto, inspira sua busca pessoal por equilíbrio, mas também um suposto sentimento de superioridade moral mais pretensioso do que real em muitas ocasiões. É também vendedor também de sua própria imagem, ainda associada ao caratê e ao golpe célebre com que venceu Lawrence.</p><p><span style="font-size: large;">Nostalgia e ação</span></p><p>Dentro dessa narrativa fluida em que um ou outro protagonista vai merecer simpatia e seu avesso, há também o enredo que envolve os dois filho da dupla e Miguel, que vai se tornar o primeiro aluno no <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Dojo" target="_blank">dojo</a> ressuscitado Cobra Kai. Esta subtrama remete diretamente ao filme de 1984, com praticamente os mesmos elementos, a disputa entre representantes de filosofias distintas de caratê (ainda que as diferenças pareçam mais tênues no decorrer da história), jovens em busca de identidade e um triângulo amoroso. Além de uma pitada de <i>Romeu e Julieta</i>...</p><p>Se você ainda não assistiu à série, deve estar achando que ela tem muitos clichês. E tem. O roteiro, como já dito, é simples e às vezes peca por aquela inverossimilhança que o espectador logo pensa: "ah, não é possível". Mas isso acaba sendo minimizado pela agilidade da direção, que garante ação durante todo o tempo. E aqui não se trata só da ação entendida em seu conceito clássico que, aqui, seriam as cenas de luta, mas sim a mudança quase constante de situações que explora o tempo todo o limite dos personagens.</p><p>Assim, quem acompanha a história está sempre envolvido com algo não resolvido, torcendo para um ou outro protagonista ou desejando a solução de um mal entendido. Ainda conta a favor, para os mais velhos, o fator nostalgia em relação aos anos 1980, o que ajudou em produções como <i><a href="https://www.netflix.com/title/80057281" target="_blank">Stranger Things</a></i>, mas não salvou desastres como <i><a href="https://hqscomcafe.com.br/index.php/2016/10/13/fracasso-em-serie-that-80-show/" target="_blank">That '80s Show</a></i>. E para os mais novos, a trama dos filhos/pupilos também envolve, como é fácil notar pelas redes sociais.</p><p><i>Cobra Kai</i> prende a atenção, consegue entreter e pode até gerar discussões além da história, como o papel da masculinidade no mundo atual, a dificuldade de adaptação de quem ainda funciona no "modo antigo" ou mesmo o efeito da crise da meia-idade para homens acostumados a um determinado figurino cultural (sobre isso, tem o bom filme espanhol <i><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/08/o-que-os-homens-falam-una-pistola-em.html" target="_blank">O que os homens falam</a></i>). </p><p><span style="font-size: large;">A terceira temporada de Cobra Kai</span></p><p style="text-align: left;">As duas primeiras temporadas de Cobra Kai exibidas na Netflix foram produzidas originalmente para o <a href="https://www.youtube.com/premium" target="_blank">YouTube Premium</a>. Fez algum sucesso lá fora, mais em termos de apreciação "cult" do que de massa, mas chegou com força aqui há pouco tempo, a partir da chegada no catálogo do serviço de streaming mais acessado no país.</p><p style="text-align: left;">Sobre a terceira temporada, segue o que já se sabe (contém spoilers).</p><p style="text-align: left;">O final da segunda temporada deixa uma perspectiva nebulosa para todos os principais personagens, em especial para Miguel (Xolo Maridueña), principal e primeiro aluno de Lawrence que está internado após sofrer uma queda durante uma briga com Robby, aluno de LaRusso e filho de seu antagonista. E agora o dojo Cobra Kai está sob comando de seu fundador, o vilão John Kreese (Martin Kove).</p><p style="text-align: left;">Sobre o que vem a seguir, a Netflix divulgou este trailer:</p><p style="text-align: left;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="280" src="https://www.youtube.com/embed/MLpyi-oVoIY" width="500"></iframe><br /></p><p style="text-align: left;">Pelo teaser, pouco se revela a respeito da estreia da terceira temporada, em 2021, e mesmo da data do lançamento. Mas é possível, junto com informações de pós-produção, ver Daniel Larusso indo para Okinawa, lugar onde ele já foi no filme <i>Karate Kid 2</i>. Desta vez, as filmagens foram de fato realizadas no Japão, já que à época da sequência do original as cenas foram rodadas nas ilha de Oahu, no Hawai.</p><p style="text-align: left;">Pelo desenrolar da trama, é possível uma reaproximação, dentro do contexto de idas e vindas das duas primeiras temporadas, entre Larusso e Lawrence, contra Kreese. Mas daí vamos partir para a especulação. Aguardemos as cenas do próximo capítulo.</p><div><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, quot; font-size: 14.86px; font-weight: 700;">Leia também:</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif; font-size: 14.85px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif; font-size: 14.85px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 14.85px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 14.85px;"></span><div class="post-title entry-title" style="background-color: white; color: #333333; font-family: georgia, utopia, "palatino linotype", palatino, serif; font-size: 14.85px;"><span style="color: red; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um</a></span><br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span><span style="color: #771100; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/07/ligue-dja-documentario-sobre-walter.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;">Ligue Djá: documentário sobre Walter Mercado resgata e humaniza trajetória do lendário astrólogo</a></span><br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/dois-papas-na-netflix-uma-ficcao-bem.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Dois Papas, na Netflix: uma ficção bem humorada, mas que pouca revela</span></a></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-88978203563625159672020-08-28T17:43:00.002-03:002020-08-29T08:48:40.938-03:00 O que os homens falam (Una pistola en cada mano) - a masculinidade desnudaEmbora seja centrado em oito personagens masculinos que estão próximos à chamada meia-idade, o filme espanhol <i>O que os homens falam (Una pistola em cada mano)</i>, dirigido pelo catalão Cesc Gay, retrata inseguranças, vícios e comportamentos que caracterizam muitas vezes os homens de uma forma geral, e não apenas aqueles que estão nessa faixa etária.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQuwr38O0Pcgl2xlG3Ib430lOOj80eMOi5NW5s2_abM_Xv013QMlZkYtrQ479MqVkk3yAbfhXZxhXO0Yqf2u2VtXxDq21kP8ixElgv8JCjciadHtNpczRNq_6jZOnq62O6Kl8-XcVKn2w/s1600/una-pistola-en-cada-mano-2012.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="filme espanhol O que os homens falam, na Amazon" border="0" data-original-height="356" data-original-width="660" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQuwr38O0Pcgl2xlG3Ib430lOOj80eMOi5NW5s2_abM_Xv013QMlZkYtrQ479MqVkk3yAbfhXZxhXO0Yqf2u2VtXxDq21kP8ixElgv8JCjciadHtNpczRNq_6jZOnq62O6Kl8-XcVKn2w/s400/una-pistola-en-cada-mano-2012.jpg" title="O que os homens falam" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Cena do filme O que os homens falam</i></td></tr>
</tbody></table>
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<br />
São cinco histórias contadas com um humor ácido, mas não caricatural, impressão reforçada pelo bom elenco que sustenta o filme. Provavelmente muitos homens vão se identificar (às vezes de forma envergonhada) com os sentimentos e situações e as mulheres também vão ver ali características de pessoas conhecidas, moldadas em maior ou menor grau pela lógica do patriarcado. Que as prejudica e oprime, mas que também faz com que os homens busquem sempre os lugares que parecem a eles como pré-definidos.<br />
<br />
Assim, em quase todas as histórias paira o embotamento emocional, a dificuldade de se expressar o que se sente ou mesmo aquilo que se quer. Só quando existe a interação com mulheres (no sentido de "conquistá-las"), ocasião em que em tese estariam exercendo seu papel, se sentem menos contidos. Contudo, as reações das personagens femininas os traz para uma nova realidade.<br />
<br />
Esse é um dos eixos do filme. Assim como a meia idade é uma espécie de transição, o entendimento da figura masculina em uma sociedade na qual o <a href="http://www.onumulheres.org.br/referencias/principios-de-empoderamento-das-mulheres/" target="_blank">empoderamento feminino</a> aparece a muitos não como uma condição fundamental para uma sociedade mais igualitária, e sim como ameaça, faz com que os personagens demorem a se situar nessa nova ordem. Isso se reflete na história em que um homem tenta reatar com sua ex-mulher e também no episódio em que o funcionário de uma empresa tenta sair com uma colega de trabalho. Este último, aliás, talvez seja o mais irregular do filme, por conta da obviedade e do excessivo didatismo que destoa do restante.<br />
<br />
O episódio em que o personagem de <a href="https://vernonetflix.blogspot.com/search/label/Ricardo%20Dar%C3%ADn" target="_blank">Ricardo Darín</a>, que sofre por sua esposa ter um amante, tem um encontro fortuito com um homem (Luis Tosar) em um parque talvez seja o mais representativo do problema da empatia e da dificuldade em se lidar com a masculinidade da forma como a sociedade espera. Os diálogos são ricos e a tensão/expectativa que se tem ao assistir remete ao primeiro episódio, também um encontro entre dois velhos conhecidos, mas em outro contexto.<br />
<br />
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="220" src="https://www.youtube.com/embed/9uyPFRCGN4k" width="420"></iframe><br />
<br />
O último episódio tem dois casais que vão a uma festa e os parceiros, trocados, se encontram casualmente. De novo se evidenciam os limites da comunicação por parte dos homens e o quão difícil é enfrentar questões relativas ao estereótipo do "macho".<br />
<br />
A composição do filme e mesmo a transição dos episódios até chegar ao final é delicada e bem trabalhada por Cesc Gay e o resultado é um filme que consegue ser incômodo aos homens (que bom, pois é isso que se espera), estimulando a reflexão sobre a necessidade de se elaborar novos tipos de identidades e relações. As interpretações chamam a atenção, até por conta da evocação à teatralidade, e os diálogos são instigantes, sem artificialismos comuns quando se tratam de temáticas similares. Em tempos como os que vivemos, obra essencial.<br />
<br />
<b>O que os homens falam </b><br />
<i>(Una pistola en cada mano - 2012)</i><br />
Diretor: Cesc Gay<br />
Elenco: Ricardo Darín, Luis Tosar, Javier Cámara, Leonor Watling, Eduardo Noriega, Leonardo Sbaraglia, Candela Peña, Eduard Fernández, Alberto San Juan, Cayetana Guillén Cuervo, Jordi Mollà, Clara Segura, Silvia Abril<br />
Nacionalidade: Espanha<br />
Duração: 1h35<br />
Cotação: 8/10<br />
Disponível na Amazon<br />
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<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "utopia" , "quot"; font-size: 14.86px; font-weight: 700;">Leia também:</span><br />
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<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 17.6px; line-height: 1.4;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<div class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html" style="color: #771100;">Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="color: #771100; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/07/ligue-dja-documentario-sobre-walter.html" style="color: #771100;">Ligue Djá: documentário sobre Walter Mercado resgata e humaniza trajetória do lendário astrólogo</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/dois-papas-na-netflix-uma-ficcao-bem.html" style="color: #771100; text-decoration-line: none;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dois Papas, na Netflix: uma ficção bem humorada, mas que pouca revela</span></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-5789853852486401932020-07-17T17:07:00.003-03:002020-07-17T17:09:05.295-03:00Ligue Djá: documentário sobre Walter Mercado resgata e humaniza trajetória do lendário astrólogoA certa altura do filme <b>Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado</b>, o seu ex-agente <a href="https://www.oprahmag.com/entertainment/a33299843/where-is-bill-bakula-now/" target="_blank">Bill Bakula</a> faz referência ao Brasil, dizendo que aqui o astrólogo que chegou a ter uma audiência somada de 120 milhões de pessoas era menos conhecido por seu nome e mais pelo bordão com o qual aparecia nas telas. Não à toa, o título em português incorporou o apelo que ele fazia nos antigos comerciais do sistema tele-900. Mas se no Brasil, e em boa parte do mundo, Mercado era visto como uma figura caricatural, o filme revela outros aspectos de sua trajetória. Mostra os laços afetivos que seus espectadores mantinham com ele, e também seu pioneirismo.<br />
<br />
O diretores Cristina Constantini e Kareem Tabsch nasceram nos Estados Unidos mas são oriundos de famílias latino-americanas. Descrevem que, como muitos de suas gerações, cresceram com suas avós ou mães acompanhando as previsões astrológicas de Walter Mercado nas TVs. Depoimentos assim também aparecem no documentário, revelando a importância que personalidades como ele têm no imaginário das pessoas, provocando lembranças afetuosas e nostalgia.<br />
<br />
Por conta disso, o filme é mais uma homenagem com "mucho, mucho amor", que tem menos a intenção de explorar possíveis contradições e polêmicas em torno de Mercado, conferindo autenticidade a uma trajetória difícil de se imaginar para um porto-riquenho nascido na zona rural na década de 1930.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhspzPlfwyDO3ZbNeLBrZ3xfua6To0X2qJXDX_WYmT-0ADEreb-yR8vo-R8RHCL8FKsAefNToYMl1cDQa65Z99CAhZRrlKW4zCVpDnYOw-3H2MHRviUJGexzUUAULjFepVD-C8KV6j32sY/s1600/ligue-dja-documentario.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="534" data-original-width="800" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhspzPlfwyDO3ZbNeLBrZ3xfua6To0X2qJXDX_WYmT-0ADEreb-yR8vo-R8RHCL8FKsAefNToYMl1cDQa65Z99CAhZRrlKW4zCVpDnYOw-3H2MHRviUJGexzUUAULjFepVD-C8KV6j32sY/s320/ligue-dja-documentario.jpg" width="320" /></a></div>
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<br />
<h3>
<b>O 'místico' Walter Mercado</b></h3>
<br />
No filme, é possível ver curiosidades a respeito do personagem, como o fato de ter "ressuscitado" um pequeno pássaro quando pequeno, fato que teria lhe dado notoriedade em sua comunidade, ocasião em que ganhou fama de curandeiro e o apelido de "Walter dos Milagres".<br />
<br />
Também é contada a história de como ele se tornou, quase por acaso, um astrólogo que se portava com desenvoltura diante das câmeras com um visual extravagante. Um executivo o observava nas gravações de uma novela da emissora hispano-americana Telemundo falando sobre astrologia e lendo as mãos de outros colegas, quando pediu para que fizesse aquilo diante das câmeras. Vestido como um príncipe hindu, gesticulou e dissertou sobre signos durante 15 minutos, gerando grande repercussão entre os telespectadores, que passaram a entupir as linhas telefônicas da emissora.<br />
<br />
Começava ali uma carreira que durou 50 anos. O documentário mostra como ele foi importante para autoestima da população porto-riquenha e latino-americana nos Estados Unidos de uma forma geral (o encontro com o ator e escritor Lin-Manuel Miranda é ilustrativo sobre isso), e também seu papel de pioneiro como um ícone da comunidade LGBTQI+.<br />
<br />
Walter Mercado era reservado quanto à sua sexualidade, declarando às vezes ter realizado um "voto de castidade" na Índia, e em outras ocasiões sugerindo que este não era um aspecto importante na sua vida. Mas não há dúvida que seu <a href="https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/07/06/icone-queer-walter-mercado-ajudou-na-valorizacao-da-astrologia-no-brasil.htm" target="_blank">visual andrógino era desafiador e inspirador</a>, em especial no contexto à época. Talvez sua postura possa ser resumida em uma frase retratada no documentário: "Lo que se ve, no se pregunta" ("O que é óbvio não precisa ser perguntado").<br />
<br />
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="348" src="https://www.youtube.com/embed/XEJqiucxyrs" width="500"></iframe><br />
<br />
<h3>
O vilão da história Bill Bakula</h3>
<br />
A jornada do menino pobre que se tornou uma personalidade mundial obviamente tem seus baixos e, neste caso, o filme retrata o ex-agente Bill Bakula como uma espécie de vilão da história. A ele é reservada a responsabilidade, por exemplo, da implantação <a href="https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/9/14/revista_da_folha/3.html" target="_blank">do sistema de tele-atendimento astrológico</a> que fez sucesso em diversos países, inclusive no Brasil.<br />
<br />
As críticas de pessoas do meio se referiam ao fato de que os profissionais seriam mal preparados e/ou que seria impossível prestar atendimento diferenciado por conta das condições de trabalho. No Brasil, <a href="https://www.constelar.com.br/revista/edicao00/mercado1.htm" target="_blank">havia ainda denúncias</a> a respeito da fragilidade dos vínculos empregatícios e desrespeito à legislação trabalhista. No filme, Mercado se defende dizendo que "nunca prometeu que alguém iria ganhar na loteria", afirmando não saber de detalhes que aconteciam neste sistema, que de fato foi estruturado por Bakula.<br />
<br />
Mas o ex-agente ganha relevância na história por conta de um contrato assinado com o astrólogo, no qual adquiria para sempre direitos sobre a obra e mesmo sobre o nome de Walter Mercado. O caso foi parar na Justiça, obrigando seu ex-agenciado a um retiro forçado longe das câmeras por seis anos, até a resolução do conflito.<br />
<br />
Nessa oposição entre Bakula e Mercado poderia estar uma das falhas do filme, já que os papeis estão bem definidos. Mas, como já dito, não se trata da busca por algum tipo de "verdade objetiva" ou de se demonstrar uma imparcialidade envernizada, ficando patente que a direção do filme adotou um ponto de vista a partir de sua apuração.<br />
<br />
<h3>
A autenticidade do personagem</h3>
<br />
Toda a história é contada com depoimentos e também com as últimas imagens de Mercado registradas. E esse é o grande diferencial: são mais de dois anos de filmagens com ele, mostrando sua intimidade, mas também transparecendo a autenticidade com que viveu sua vida. Walter Mercado era sobretudo um artista, apresentado como alguém que viveu como desejou viver.<br />
<br />
Ainda que se evidencie a sua decadência física e seus problemas de saúde, a narrativa consegue mostrar a energia com que, mesmo dentro de suas limitações, o protagonista se apresenta quando incorpora o personagem que despeja e recebe afeto de seus fãs. E a exposição em sua homenagem feita em Miami é o merecido <i>gran finale</i> de um filme delicado, que consegue envolver e emocionar.<br />
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<div style="font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin: 0px;">
<b style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado</b><b> (Mucho, Mucho Amor, 2020)</b></div>
<b></b><br />
<div style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-family: "times new roman";">Direção: Cristina Costantini, Kareem Tabsch</span></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
Elenco: Walter Mercado<br />
Nacionalidade: Estados Unidos</div>
<div style="font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 16px; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div style="font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin: 0px;">
Duração: 1h36</div>
</div>
<div style="font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin: 0px;">
Cotação: 7/10<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
</div>
<div style="font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin: 0px;">
<b>Disponível na Netflix</b></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br />
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "utopia" , "quot"; font-size: 14.86px; font-weight: 700;">Leia também:</span><br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 17.6px; line-height: 1.4;"></span><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "utopia" , "quot"; font-size: 14.86px; font-weight: 700;"></span><br />
<div class="post-title entry-title" itemprop="name">
<a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html"><span style="color: red; font-family: inherit;">Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um</span></a></div>
<div class="post-title entry-title" itemprop="name">
<span style="font-family: inherit;"></span><span style="color: red;"></span><br /></div>
<div class="post-title entry-title" itemprop="name">
<span style="color: red; font-family: inherit; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; text-decoration-line: none;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/o-ultimo-capitulo-i-am-pretty-thing.html" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; text-decoration-line: none;" target="_blank">O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing That Lives in The House) - filme mais pretensioso que artístico</a></span><br />
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<a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/animais-noturnos-arte-que-oscila-entre.html" style="color: #771100;"><span style="font-family: inherit;">Animais Noturnos: a arte que oscila entre a superfície, a catarse e a vingança</span></a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-23750963578622302632019-12-24T09:55:00.002-03:002020-07-17T17:19:47.751-03:00Dois Papas, na Netflix: uma ficção bem humorada, mas que pouca revela<div>Dois protagonistas com personalidades opostas em geral dão grandes histórias. Além das ficções, temos diversos filmes inspirados em fatos reais que mostram desde rivalidades entre profissionais do mesmo ramo, artistas, esportistas até os clássicos "polícia e bandido" que Hollywood cansou de explorar.</div><div><br />
</div><div>Quem vê mesmo por cima o noticiário sabe que as figuras dos Papas <b>Bento XVI</b> e <b>Francisco</b> são absolutamente distintas. O primeiro, notório conservador que foi responsável, à frente da Congregação para a Doutrina e Fé, poderosa congregação da Cúria Romana, pela quase extinção dos movimentos progressistas de base da Igreja Católica, em especial na América Latina dos anos 1970 e 1980, quando a Teologia da Libertação era forte em diversos países da região. Nem como cardeal, tampouco como pontífice, foi uma pessoa extrovertida ou popular, sendo bem mais discreto que seu antecessor, João Paulo II, de quem foi fiel escudeiro.</div><div><br />
</div><div>Do outro lado, alguém que se mostra avesso à ostentação da Igreja, com postura mais simples e facilidade para o diálogo. E, ao contrário de Bento XVI, aberto a mudanças (ao menos do ponto de vista discursivo) em relação a temas sensíveis para o Vaticano, como a união homossexual e a desigualdade de gênero. Sua eleição se dá ainda em um momento de crescimento da onda conservadora no campo político, o que realça ainda mais o seu discurso.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRoaci9Bqw6dP3vyaFt8iAjBoPtipSBXFF7kf1VQYAdV5XpWibGVaTk_ZYQBtp1T0NwIgl3bKNOX1eq_dxeCtK2dG_pmyPRwxHzw-rPLo0UK_Oxd89z-kAHYqR1lqzouyPeFwlMgfTR5I/s1600/dois-papas-filme-netflix.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRoaci9Bqw6dP3vyaFt8iAjBoPtipSBXFF7kf1VQYAdV5XpWibGVaTk_ZYQBtp1T0NwIgl3bKNOX1eq_dxeCtK2dG_pmyPRwxHzw-rPLo0UK_Oxd89z-kAHYqR1lqzouyPeFwlMgfTR5I/s400/dois-papas-filme-netflix.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
</div><div><br />
</div><div>O filme <i>Dois Papas</i> traz essas contradições entre os dois a partir de um encontro (fictício) ocorrido quando o então cardeal argentino <b>Jorge Bergoglio</b> encaminha ao Papa e ex-cardeal <b>Joseph Ratzinger</b> uma carta de renúncia. O pontífice o convida para ir à sua residência de verão e do encontro entre os dois surge uma interação e uma sinergia improváveis dadas as diferenças entre ambos e seu estranhamento inicial.<br />
<br />
(<i>A partir daqui, alguns spoilers</i>)<br />
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O filme de Fernando Meirelles tem como mérito fugir ao senso comum da visão sobre ambos os personagens. Humaniza as duas figuras, trazendo um Bento XVI que, mesmo rígido e introvertido no que diz respeito às questões dogmáticas da religião, consegue se abrir para o colega, sendo ainda uma pessoa sensível à música e à arte (ele de fato é pianista). Por outro lado, também é destacado pelo lado do Papa Francisco a sua atuação, como presidente da ordem dos jesuítas na Argentina, durante a ditadura militar no país, quando dois membros de sua organização foram presos pelo regime. O fato é real e Bergoglio já demonstrou em entrevistas arrependimento por não ter tido uma postura assertiva contra o atuoritarismo à época.</div><div><br />
A narrativa também ganha força com imagens reais e algumas feitas como se assim fossem, mas o roteiro peca com diálogos esquemáticos e que não fluem naturalmente. Exemplo disso é a conversa inicial logo que o cardeal Bergoglio chega à residência papal, quando é inquirido por Ratzinger. Ali, aparecem os temas que seriam de maior divergência entre os dois quase que enumerados, com Bento XVI deixando sempre a palavra final para o cardeal. Não há nenhum nível de debate de fato e a cena é salva pela interpretação primorosa de Anthony Hopkins e Jontahan Pryce.<br />
<br />
Outro ponto baixo nesse aspecto é a cena em que Bergoglio descreve sua vivência no regime militar argentino. Por vezes, quem faz a narração é o próprio Bento XVI. Por mais que se coloque ali que o pontífice leu a "ficha" do argentino, as intervenções são artificiais e contrastam com o sentimento do próprio diálogo em que eles estariam se abrindo um ao outro.<br />
<br />
Ao buscar um ponto de vista que tivesse como primazia a relação interpessoal, o filme deixa, provavelmente por opção, de se aprofundar nas relações de cunho eclesiais e políticas, o que também empobrece a narrativa, dado todo o pano de fundo em que se desenrolou a renúncia de um papa, algo que não acontecia há mais de 700 anos. Isso, aliado ao fato de os dois protagonistas serem mostrados como figuras que desejam o mesmo, o "bem da Igreja", por vias distintas, sugere uma visão um tanto simplista de um episódio histórico.<br />
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Com humor, o filme <i>Dois Papas</i> é agradável de se ver, mas, ao não se arriscar a entender as contradições reais representadas pelo quase ineditismo de a <a href="https://www.eldiario.es/sociedad/Mentiras-verdades-Papas-promociona-Vaticano_0_977102886.html" target="_blank">Igreja ter hoje dois pontífices</a>, se limita à condição de um bom passatempo.<br />
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</div><br />
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="275" src="https://www.youtube.com/embed/Tgdd94j_x18" width="500"></iframe><br />
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: &quot; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><b>Dois Papas (Two Popes, 2019)</b></div></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b></b> </div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: &quot; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Direção: <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Fernando Meirelles</span></div></div></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Elenco: Anthony Hopkins, Jonathan Pryce, Juan Minujín</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Nacionalidade: Reino Unido, Itália, Argentina, EUA</div></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: &quot; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: &quot; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Duração: 2h05</div></div></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: &quot; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Cotação: 6/10<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div></div></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: &quot; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><b>Disponível na Netflix</b></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><b><br />
</b></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b style="color: #333333; font-family: &quot; font-size: 14.86px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Leia também:</b></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br />
</div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 110%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><b style="color: #333333; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"></b></div><div class="post-title entry-title" itemprop="name" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html"><span style="color: red; font-family: inherit;">Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um</span></a></div></div><div class="post-title entry-title" itemprop="name" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"></span><span style="color: red;"></span><span style="font-family: inherit;"></span><br />
</div></div><div class="post-title entry-title" itemprop="name" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/o-ultimo-capitulo-i-am-pretty-thing.html" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;" target="_blank"><span style="color: red; font-family: inherit;">O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing That Lives in The House) - filme mais pretensioso que artístico</span></a></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: inherit;"></span><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/animais-noturnos-arte-que-oscila-entre.html" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #992211; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Animais Noturnos: a arte que oscila entre a superfície, a catarse e a vingança</span></a><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-6475457441012034142019-12-19T12:13:00.000-03:002020-07-17T17:20:12.399-03:00Animais Noturnos: a arte que oscila entre a superfície, a catarse e a vingançaNo primeiro de seus três livros autobiográficos, <i><a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Vivir_para_contarla" target="_blank">Contar para Viver</a></i>, o escritor colombiano Gabriel García Márquez refletia que "o escritor escreve seu livro para explicar a si mesmo o que não pode ser explicado". Muitas vezes, os rastros dessa tentativa incomodam e mexem com os autores, e em outras ocasiões podem até servir como uma espécie de terapia para amadores e profissionais, uma forma de lidar com aquilo que nem sempre se pode dizer em voz alta.<br />
<br />
Em <i><b>Animais Noturnos (2016)</b></i>, filme disponível na Netflix, a história se desenvolve a partir de um livro. Susan (Amy Adams) é dona de uma galeria de arte, ela mesma uma artista frustrada. Tem status, dinheiro, elevada posição social, mas vive um cotidiano onde impera a superficialidade, com um casamento que é uma farsa aparente e uma vida infeliz.<br />
<br />
Após a breve apresentação do dia a dia da protagonista, surge o momento em que se desenvolve uma segunda trama. Susan recebe um livro escrito por seu primeiro marido, Edward (Jake Gyllenhaal), <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> intitulado </span><i>Animais Noturnos</i><span style="background-color: white;"> e</span> dedicado a ela, e deste ponto a ficção escrita é apresentada ao espectador. Trata-se da narrativa sobre um homem, Tony, que está em viagem de férias com sua mulher e a filha, mas que é alvo de um trio na estrada, liderado por Ray (Aaron Taylor-Johnson).<br />
<br />
Nesta "história dentro da história", tem início um thriller violento em que também ganha destaque o investigador Bobby Andes (Michael Shannon), que vai ajudar o personagem principal a elucidar o caso.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn2bkc31MREiG7a0WAOxPLo29JlAZizG-rTKYEKi5isjhaXRT_xMUmnLv6qThaWHJ4Cx0nVqy-6mAqr_nnA8z_d_dnlwMtVsilaJh0TFrwTkAJy9svzdg_AVZDZYJ9kK_6NP2Hjf6h2FQ/s1600/nimais-noturnos-amy-adams.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="665" data-original-width="1600" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn2bkc31MREiG7a0WAOxPLo29JlAZizG-rTKYEKi5isjhaXRT_xMUmnLv6qThaWHJ4Cx0nVqy-6mAqr_nnA8z_d_dnlwMtVsilaJh0TFrwTkAJy9svzdg_AVZDZYJ9kK_6NP2Hjf6h2FQ/s400/nimais-noturnos-amy-adams.jpg" width="400" /></a></div><br />
<br />
O romance é uma leitura de Edward sobre o próprio casamento com Susan, e tanto a história como as referências pessoais passam a fazer com que ela reflita e relembre os alguns momentos de seu passado, e uma terceira história começa a ser contada. Ela relembra sua trajetória com o ex em um contexto em que quase não consegue dormir, chegando a ter mesmo algumas alucinações em função disso que podem remeter quem assiste a filmes como <i><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Insomnia_(2002)" target="_blank">Insônia (2002)</a></i>.<br />
<br />
<h3>Três histórias sobrepostas</h3><br />
Se o livro do personagem Edward traz o espírito da frase de García Márquez, levando a Susan aquilo que seria a "verdade" do autor sobre a relação dos dois, o diretor Tom Ford também deixa suas evidentes impressões pessoais no filme. Estilista relevante no mundo fashion, traz um pouco da visão de sua "bolha" por meio da protagonista e a estética de quando é narrado o momento presente da personagem, que muitos entendem como uma linguagem quase publicitária, contrasta com o clima e a fotografia áridos da história de Tony, delimitando dois mundos distintos.<br />
<br />
Como em seu outro longa, <i>Um Homem Singular (2009)</i>, no qual conta com uma grande atuação de Colin Firth, Ford conta com grandes atuações. <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Jake Gyllenhaal rouba a cena tanto na pele de Edward mas em especial de seu personagem-alter ego Tony. Impossível não destacar ainda a forma como Amy Adams constrói sua personagem, conseguindo passar a relativa indiferença com que ela encara determinadas situações, misturada a uma angústia contida e não tratada, que resulta em suas noites insones e em seus lapsos mentais diurnos, assim como toda a solidão de suas reflexões tardias.</span><br />
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br />
</span> <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">O filme peca, no entanto, em algumas partes do roteiro. O cacoete de tentar "explicar" ou resumir contextos em diálogos não funciona bem. Na primeira parte, por exemplo, a conversa entre Susan e sua amiga, posteriormente com o marido dela, são de um pretenso didatismo que contrastam com o andamento sutil do filme. O mesmo acontece, em escala maior, quando a mãe da protagonista tenta impedir com que ela case com Edward. O simplismo do "você é mais parecida com sua mãe do que pensa" é algo que busca sintetizar a origem de um aspecto da personagem principal, o seu prazer pelo conforto material, de forma rasa. </span><br />
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br />
</span> <span style="background-color: white;">Mas as falhas do roteiro são compensadas não somente pelas atuações como também pela densidade das três histórias sobrepostas. A discussão sobre papel de cada gênero — do homem, espera-se e é tolerada a brutalidade como sinônimo de força, enquanto para a mulher o casamento será a base de sua vida social <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">— e como a pressão de grupos, em especial a família, são determinantes na vida de cada um, e perpassam todo o filme.</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br />
</span></span> <span style="background-color: white; font-family: "times new roman";">O papel da arte também se destaca na história. A personagem principal, uma artista que não seguiu sua vocação, permanece no meio, porém, trabalhando com obras pelas quais nutre desprezo por não conseguir ver justamente o tom genuíno que encontra a obra de seu ex-marido. Curiosamente, o mesmo autor pelo qual ela não conseguiu ver o talento que garantiria, na sua visão, sucesso do ponto de vista econômico.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: "times new roman";"><br />
</span> <span style="background-color: white; font-family: "times new roman";">Por outro lado, para Edward, sua "obra-prima" revela o papel catártico que uma peça de arte pode ter, sendo ao mesmo tempo uma forma de dialogar com o outro. No caso, e por muitas vezes, de uma forma áspera e direta, algo quase impossível de se dar de outro modo. Um ressentimento emoldurado como forma primitiva de vingança ou, talvez seja o termos mais apropriado, acerto de contas.</span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br />
</span></span> <span style="background-color: white;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Na história de Susan (ou de <i>Tony & Susan</i>, título do livro original do qual o roteiro foi adaptado) estão presentes não só a força do passado na constituição do sujeito como a necessidade de lidar com ele o tempo todo. Além da impossibilidade, muitas vezes angustiante, de mudá-lo.</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br />
</span></span> <span style="background-color: white;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Confira abaixo o trailer:</span></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: "times new roman";"></span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br />
</span> <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span> <br />
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<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="275" src="https://www.youtube.com/embed/kpvOWVNE7d4" width="500"></iframe><br />
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-variant: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b><br />
</b></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-variant: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>Animais Noturnos (Nocturnal Animals, 2016)</b></div><b></b> <div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Direção: <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Tom Ford</span></div></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Elenco: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson<br />
.Nacionalidade: Estados Unidos</div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Duração: 1h57</div></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Cotação: 7/10<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>Disponível na Netflix</b></div><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br />
<b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #333333; font-family: Georgia,Utopia,&quot; font-size: 14.86px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Leia também:</b><br />
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<span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 110%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #333333; font-family: Georgia,Utopia,&quot; font-size: 14.86px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"></b><br />
<div class="post-title entry-title" itemprop="name"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html"><span style="color: red; font-family: inherit;">Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um</span></a></div><div class="post-title entry-title" itemprop="name"><span style="font-family: inherit;"></span><span style="color: red;"></span><br />
</div><div class="post-title entry-title" itemprop="name"><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/o-ultimo-capitulo-i-am-pretty-thing.html" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;" target="_blank"><span style="color: red; font-family: inherit;">O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing That Lives in The House) - filme mais pretensioso que artístico</span></a></div><div class="post-title entry-title" itemprop="name"><span style="font-family: inherit;"><span style="color: red;"><br />
</span></span></div><div class="post-title entry-title" itemprop="name"><span style="color: red; font-family: inherit;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2017/05/maquina-de-guerra-war-machine-em.html" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Máquina de Guerra (War Machine) - em produção da Netflix, Brad Pitt traz a "empatia impossível" da guerra</a></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-79934841561961408852019-12-17T10:57:00.003-03:002020-07-17T17:18:03.003-03:00Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um"O que você faz da vida?". Esta pergunta em geral é dirigida a alguém quando se quer saber em que ela trabalha, o que, nas sociedades ocidentais é praticamente o principal definidor da identidade de uma pessoa. O fato de a sua ocupação ser um sinônimo da forma como você "vive a vida" evidencia sua centralidade.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieXwp5R7_kjwIg65RPpHVjMSP_VUBYg8_EA_s6ReQxpf_CVBTJdY8HzW2hYnRui7DJdbKSe4GvqnA69ANMk8IntoaTu2Vpim6AD7B88zXq2Mp_PglrQNUqKhhC4cYi7EB-ZAIe-i483IQ/s1600/filme-almacenados.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Cena de Almacenados" border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieXwp5R7_kjwIg65RPpHVjMSP_VUBYg8_EA_s6ReQxpf_CVBTJdY8HzW2hYnRui7DJdbKSe4GvqnA69ANMk8IntoaTu2Vpim6AD7B88zXq2Mp_PglrQNUqKhhC4cYi7EB-ZAIe-i483IQ/s400/filme-almacenados.jpg" title="Filme Almacenados, disponível na Netflix" width="400" /></a></div>
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O filme <i><b>Almacenados (2015)</b></i> fala sobre isso, mas não só. É um confronto de gerações e de pensamentos aparentemente antagônicos mas que retratam a mesma realidade. Se o trabalho é tão crucial na vida de cada um, impedir que segmentos da população o acessem, como acontece não só em momentos de crise econômica mas também de forma crônica em algumas economias, é algo perverso. E a constante ameaça da falta de emprego, aliada a condições desiguais de educação e de possibilidades de escolher livremente o seu trabalho faz com que o trabalhador se agarre a qualquer oportunidade que apareça.<br />
<br />
O cenário é comum em países em desenvolvimento como México. Na capital, o <i>senhor</i> Lino (José Carlos Ruiz) é um encarregado de um depósito de uma fábrica de hastes e mastros, sendo que o local no qual trabalha só recebe o segundo tipo de produto. A cinco dias de se aposentar, recebe o ajudante que irá substitui-lo, Nin (Hoze Meléndez).<br />
<br />
Lino não quer se aposentar. Não que seu emprego seja excitante e maravilhoso, mas o modo como o encara e a forma com que explica suas funções para o aprendiz deixam a impressão de que aquilo, que preencheu durante 39 anos seu dia a dia, talvez seja justamente a única coisa que faça algum sentido em sua vida modesta. Daí surge o primeiro choque com Nin. O jovem não vê as funções descritas por seu chefe como nobres ou grandiosas, mas sim como banais, atreladas a um subemprego que paga pouco e não oferece nada além de condições de sobrevivência.<br />
<br />
Esse conflito, em boa parte do tempo silencioso, se desenrola em meio ao embate entre dois pontos distintos não só sobre o trabalho, mas sobre a vida. Enquanto Lino busca atribuir sentido e importância ao cotidiano vivido de forma entediante durante quase quatro décadas, Nin é quem vai tentar trazê-lo à realidade não só do trabalho, mas da própria situação da empresa.<br />
<br />
Durante quase todo o tempo, o cenário de <i>Almacenados</i> é o depósito onde quase nada (e quase tudo) acontece, preservando o ar teatral da peça original de David Desola, que também é roteirista da película. A condução do diretor Jack Zagha Kababie (<i>Adiós mundo cruel</i> e <i>O Último Trago</i>) traduz não apenas o cotidiano entediante de ambos em sua rotina como os distintos graus de desconforto entre os protagonistas nas cenas de conflito dissimulado e também aberto.<br />
<br />
A evolução dos protagonistas durante a trama mostra ainda um necessário e cada vez mais em fala exercício da empatia, com um adentrando o universo do outro e se transformando por esta experiência. Contudo, também marca os limites da condição socioeconômica que, ao fim, nivelam em certo sentido os dois personagens em suas perspectivas e anseios, por mais diferentes que sejam suas personalidades. <i>Almacenados</i> é um ensaio sobre a natureza humana e o sobre o que o trabalho na sociedade capitalista moderna faz dela.<br />
<br />
Confira o trailer oficial abaixo<br />
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<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="275" src="https://www.youtube.com/embed/7lVHr8Kx2io" width="500"></iframe><br />
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-variant: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<b>Almacenados (Almacenados, 2015)</b></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Direção: <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Jack Zagha Kababie</span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Elenco: José Carlos Ruiz, Hoze Meléndez.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Nacionalidade: mexicana</div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Duração: 1h32</div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Cotação: 8/10<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<b>Disponível na Netflix</b></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br />
<b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #333333; font-family: Georgia,Utopia,&quot; font-size: 14.86px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Leia também:</b><span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 110%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><br />
<b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #333333; font-family: Georgia,Utopia,&quot; font-size: 14.86px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 110%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #333333; font-family: Georgia,Utopia,&quot; font-size: 14.86px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"></b><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 110%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><br />
<a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/mercy-2016-producao-original-do-netflix.html" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #992211; font-family: Georgia,Utopia,&quot; font-size: 14.86px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 110%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><span style="color: #992211; font-family: georgia, utopia, quot; font-size: 14.86px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Mercy (2016) – produção original do Netflix aposta no “parece mas não é”</span></a><span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-size: 110%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><br />
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<span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; display: inline; float: none; font-family: "georgia" , "utopia" , "palatino linotype" , "palatino" , serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 1.4; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> </span><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/o-ultimo-capitulo-i-am-pretty-thing.html" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #992211; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;" target="_blank"><span style="color: #992211;">O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing That Lives in The House) - filme mais pretensioso que artístico</span></a><br />
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<a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2017/05/maquina-de-guerra-war-machine-em.html" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #992211; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Máquina de Guerra (War Machine) - em produção da Netflix, Brad Pitt traz a "empatia impossível" da guerra</span></a><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-18326899251703160572017-05-27T08:35:00.003-03:002017-05-27T09:13:15.746-03:00Máquina de Guerra (War Machine) - em produção da Netflix, Brad Pitt traz a "empatia impossível" da guerra<b>Sátira sobre a ocupação dos EUA e da Otan no Afeganistão traz retrato mordaz de uma política de intervenção impossível de dar certo</b><br />
<br />
O filme <b>War Machine, Máquina de Guerra</b>, produção do Netflix do diretor <b>David Michôd</b>, trata de um tema tratado quase à exaustão no cinema norte-americano. A guerra ou as guerras são alvo constante de películas, muitas delas trazendo críticas <i>a posteriori</i> que no calor da dita batalha são sufocadas ou apenas sussurradas, já que toda a engrenagem midiática que lhes dá suporte quase não permite o contraditório. Nem por isso, deixa de ser um filme interessante.<br />
<br />
Agora, o campo de batalha é o Afeganistão, invadido pelos EUA em 2001, e o fio condutor da história é um personagem real, o controverso <b>general Stanley McChrystal</b>, comandante das forças dos EUA e da Otan no país, durante parte da gestão Obama. O militar era defensor da teoria da "contra-insurgência", estratégia considerada de sucesso levada a cabo no Iraque por outro militar considerado herói estadunidense, <b>David Petraeus</b>. Em linhas gerais, consiste em combinar equipamentos de alta tecnologia com o uso de força intensiva de tropas em solo, no qual um contingente massivo de soldados passa a conviver com a população local com o objetivo de auxiliar na construção um novo governo, assumindo funções "diplomáticas" (ou colonizadoras) e exercendo um papel político antes reservado somente a civis.<br />
<br />
Obviamente que as condições próprias da situação do Afeganistão eram diferentes das do Iraque, e o "sucesso" da ação é mais que questionável, mas Stanley McChrystal era alguém convicto nas suas crenças e, além disso, sem papas na língua. Foi<a href="http://rollingstone.uol.com.br/noticia/general-stanley-mcchrystal/#imagem0" target="_blank"> uma reportagem da revista Rolling Stone</a> que acabou decretando sua queda. Obama não gostou nada das declarações do general e de assessores desancando a linha de ação do governo, figuras de sua administração como seu próprio vice-presidente, Joe Biden, e acabou <a href="http://rollingstone.uol.com.br/noticia/a-substituicao-de-mcchrystal-sera-que-petraeus-e-capaz-de-vencer-a-guerra/#imagem0" target="_blank">substituindo o comandante justamente por seu mentor, Petraeus</a>.<br />
<br />
Como se chega a esse ponto é a história que o filme conta, e isso não é exatamente um spoiler, já que desde o início (e a própria história da ocupação no Afeganistão se encarregou de mostrar), trata-se de uma guerra impossível de ser vencida. No entanto, ninguém contou isso para o general Glen McMahon, vivido por <b>Brad Pitt</b> e que é, na verdade, McChrystal. O diretor australiano explicou que <a href="http://cultura.elpais.com/cultura/2017/05/23/television/1495553401_990753.html#?ref=rss&format=simple&link=guid" target="_blank">a criação do fictício comandante militar</a>, “que não se parece em nada com o McChrystal real”, se dá porque a obra não foca em “nenhum indivíduo concreto, mas sim sobre um sistema e o particular comportamento dos militares nesse sistema”.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1enuzWKAhDss6eejzBU0Pd8nYTsug35vjoDIt_fGI8lGmzgXwecSgAAfCBjHdfauFyYRNd7XpOaGfpqYy7JqzqwQ749NUlmRZmLTRJXF_16uST5dUhBviqaRm1E3FuKHBv5yft-bsAN0/s1600/maquina-guerra-war-machine.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="593" data-original-width="1440" height="163" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1enuzWKAhDss6eejzBU0Pd8nYTsug35vjoDIt_fGI8lGmzgXwecSgAAfCBjHdfauFyYRNd7XpOaGfpqYy7JqzqwQ749NUlmRZmLTRJXF_16uST5dUhBviqaRm1E3FuKHBv5yft-bsAN0/s400/maquina-guerra-war-machine.png" width="400" /></a></div>
<br />
Esse teor de crítica mais ampla permeia o filme inteiro, mas também é difícil despersonalizar a história tendo um protagonista com a força de McMahon. A interpretação de Brad Pitt consegue um equilíbrio perfeito entre a caricatura, que muitas vezes distancia o espectador do personagem, e o homem que poderia ser qualquer pessoa que você conhece. As cenas em que o general corre solitário em seu exercício diário remetem, aliás, a Forrest Gump no jeito de correr do militar e também nas características que poderiam unir ambas as figuras: um alheamento da realidade aliado a uma obstinação que perderia o sentido não fosse a própria ideia fixa.<br />
<br />
Embora conte com o apoio irrestrito de uma equipe leal, em sua saga, McMahon tem que convencer suas tropas a exercer um outro tipo de ação, em que a prioridade é evitar perdas civis para que não haja mais insurgentes se aliando aos talibãs e exércitos locais que combatem as forças ocidentais e do governo local. Para executar tal estratégia, precisa convencer seu próprio governo, que sofre com o desgaste de uma guerra que àquela altura, em 2009, já durava nove anos e era contestada pela opinião pública, a enviar mais tropas. Tem também que fazer o mesmo tipo de trabalho com os países-membros da Otan.<br />
<br />
Boa parte da narrativa se dá nesse trabalho de convencimento do general, com seus soldados, com representantes diplomáticos, mas nunca em relação a si mesmo. Ele não duvida dos seus métodos, acredita que tudo se trata de uma questão de liderança e do jeito certo de se fazer. Quando questionado, muitas vezes não tem respostas para as críticas que sua missão recebe, mas isso não o abala. Embora tenha um tipo de ação que possa parecer orientada de forma distinta de outras celebrizadas pelas Forças Armadas norte-americanas, seu objetivo é o mesmo: vencer a guerra. A forma como vai conseguir a vitória não tem necessariamente um viés humanitário. É só estratégia.<br />
<br />
Uma das cenas mais emblemáticas se dá quando McMahon se encontra pela segunda vez com o presidente afegão, Karzai, vivido pelo sempre ótimo <b>Ben Kingsley</b>. Enquanto o presidente o recebe em uma cama, gripado e assistindo à comédia <i>Debi e Lóid</i>, o general diz precisar que o mandatário exerça sua liderança. Ele, ironicamente, responde que já está fazendo isso: "Estou indisponível. Estou indisponível tanto para você quanto seu próprio presidente". A visita do militar ocorre para pedir uma autorização formal a uma operação que será executada em Kandahar. Novamente, Karzai é sarcástico. "Tem minha autorização, general. Ambos sabemos que eu nunca tive poder para tal. Mas agradeço por ter me convidado para participar do teatro de tudo isso."<br />
<br />
O cinismo com que o presidente trata da situação é a evidência de que qualquer exercício de empatia entre um país invasor e um povo dominado, ainda que se use o eufemismo da "parceria" (hoje muito utilizado também em relações entre patrões e empregados), é impossível. Tais alianças se dão em relação a pequenos segmentos abastados, muitas vezes tão alheios à própria realidade como o personagem de Brad Pitt. A narrativa dá pistas disso o tempo todo para o protagonista, que, preso em sua bolha, pessoal e de seu grupo, teima em não ver.<br />
<br />
Como relatou o diretor, a história tem como um dos objetivos mostrar que figuras como McMahon são úteis ao sistema, o que vai ficar evidente de forma pouco sutil no final do filme, não sendo, de fato, autônomas em suas próprias trajetórias. Caminhando no fio da navalha, por vezes a obra tem um ritmo lento, se perdendo um pouco no didatismo excessivo e deixando uma estreita margem para interpretações diversas, o que enfraquece um pouco a história. Mas não chega a comprometer o resultado final, um retrato mordaz de uma guerra impossível de vencer. Qualquer semelhança com outras ações do governo dos EUA como a guerra à drogas, aliás, a qual muitos acreditam, como o general, que o problema seja a "dose" fraca da ação, não é mera coincidência.<br />
<br />
Além de Brad Pitt, o elenco conta com Anthony Michael Hall, figura de filmes de John Hughes como <i>Clube dos Cinco</i> e <i>Mulher Nota 1000</i>, e protagonista da série <i>O Vidente</i>, um personagem essencial na trama, já que dá o suporte "bélico-psicológico" necessário ao protagonista. Outro ator celebrizado em um filme de Hughes, Alan Ruck (o Cameron de <i>Curtindo a Vida Adoidado</i>), faz Pat McKinnon, um dos funcionários do Departamento do Estado que antagoniza com o general. "Você não está aqui para vencer. Você está para limpar a bagunça", diz a certa altura. Sinceridade não falta aos personagens. Ao menos, no privado, nunca no público. Está aí o pecado capital de McMahon.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/bycRTGb-UcI" width="480"></iframe><br />
<br />
<b>Máquina de Guerra (War Machine)</b><br />
Estados Unidos (2017)<br />
Diretor: David Michôd<br />
Elenco: Brad Pitt, Tilda Swinton, Topher Grace, Will Poulter, Ben Kingsley, Anthony Michael Hall e Emory Cohen<br />
Duração: 2h02<br />
Cotação: 6/10<br />
Disponível no Netflix<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-77052501107372903122017-05-20T18:46:00.002-03:002017-05-20T19:31:31.469-03:00Os Parecidos - filme mexicano com várias referências em um desenrolar comum<b>Isaac Ezban</b> é um jovem diretor mexicano, de 31 anos, que se tornou célebre pelo filme <a href="http://www.imdb.com/title/tt3528756/" target="_blank">O Incidente</a>, feito em 2014. Um ano depois, filmou <b>Os Parecidos (Los Parecidos)</b>, que denota seu apreço pela ficção fantástica, com diversas referências a gêneros, diretores e obras dos anos 60.<br />
<br />
O filme se passa todo em uma estação rodoviária em 2 de outubro de 1968, dez dias depois de o México ter sediado os Jogos Olímpicos. O dia em si é mais simbólico ainda: foi quando ocorreu o <a href="http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/24628/hoje+na+historia+1968+-+exercito+mexicano+abre+fogo+contra+multidao+de+estudantes.shtml" target="_blank">Massacre de Tlatelolco</a>, ocasião em que o governo do país comandou uma brutal repressão contra estudantes de diversas partes do país que protestavam na Plaza de las Tres Culturas. Há diversas versões para o número de vítimas daquele acontecimento, que muitos estimam entre 200 e 300 mortos, enquanto que fontes oficiais anotaram 40 mortos e 20 feridos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUk1sglKnU58-Qmamhat0C6qXudigV9J4l5bVOQIgy2zBHIAK47GhX39LiMESUgcH2n_g8Y57yxWWXNeS4P0UeSIXXptbqraJEFOmYcKO26Z57zB-_3xgwwQC8Q11mtzpgjnstlPTUwuM/s1600/fime-os-parecidos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="345" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUk1sglKnU58-Qmamhat0C6qXudigV9J4l5bVOQIgy2zBHIAK47GhX39LiMESUgcH2n_g8Y57yxWWXNeS4P0UeSIXXptbqraJEFOmYcKO26Z57zB-_3xgwwQC8Q11mtzpgjnstlPTUwuM/s640/fime-os-parecidos.jpg" width="480" /></a></div>
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Impossível não ver, ao final do filme, que tal pano de fundo não é à toa, e o filme também é uma parábola que se relaciona a isso. Mas tal referência não é essencial para ver <b>Os Parecidos</b>, que bebe direto na fonte de um dos principais seriados da televisão dos EUA no final dos anos 50 e parte dos 60, <b><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/The_Twilight_Zone_(1959_TV_series)" target="_blank">Twilight Zone</a></b>, ou <b>Além da Imaginação</b> no Brasil. Desde a narração em <i>off</i> no início e no fim, passando pela própria natureza da narrativa, a obra de Ezban homenageia os anos 60 no próprio uso das cores, que variam de acordo com a situação dos personagens. Há também menções explícitas ao mestre do suspense <b>Alfred Hitchcock</b>, com a trilha sonora sendo quase um personagem da história, e uma cena que remete ao clássico <b>Psicose</b>.<br />
<br />
No início, um gerente de manutenção está preso em uma estação rodoviária esperando por um ônibus que vai até a Cidade do México, atrasado já há quatro horas em função da tempestade que atinge o local. No caso, é uma remissão direta a um episódio de Twilight Zone chamado <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Mirror_Image_(The_Twilight_Zone)" target="_blank">Mirror Image</a>, em que o cenário e a situação são bem semelhantes. Mas o desenrolar da trama é outro. Ao chegarem outras pessoas no local, alguns passam a sofrer desmaios e sintomas semelhantes a ataques epiléticos. E todos começam a especular (mais que investigar) aquilo que está acontecendo.<br />
<br />
O clima de mistério e dúvida envolve quem assiste. Como nos filmes de suspense dos anos 60/70, em que você se debruça para saber qual o papel de cada personagem na trama, o espectador vê uma história na qual não sabe de pronto quem é o protagonista e o que de fato está por trás dos acontecimentos que se sucedem. A condução da direção, junto com a trilha sonora e a atuação segura do elenco, prende a atenção todo o tempo.<br />
<br />
Os problemas começam justamente quando a origem dos fatos é desvendada. Além de ser uma solução que fica mais para o clichê do que para a referência/homenagem, a narrativa fica arrastada, algo óbvia, e o suspense, que era a tônica até então, dá lugar a um embate enfadonho. Algumas falhas de roteiro aparecem, mas isso não é o problema principal. A questão é que o filme parece ter acabado bem antes do fim. E com uma solução longe de ser das melhores.<br />
<br />
Ainda que haja boas sacadas e momentos interessantes, <b>Os Parecidos</b> peca no principal e deixa a impressão de que ver um episódio do Twilight Zone talvez seja mais produtivo que ver o filme.<br />
<br />
<b>Os Parecidos (Los Parecidos)</b><br />
México, 2015<br />
<b>Direção:</b> Isaac Ezban<br />
<b>Elenco:</b> Luis Alberti, Carmen Beato e Fernando Becerril <br />
<b>Duração:</b> 1h27<br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Cotação:</b> 5/10</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Disponível no Netflix</b></div>
<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/w-wdTADbps8" width="480"></iframe><br />
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<b>Leia também:</b> <br />
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<a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/mercy-2016-producao-original-do-netflix.html"><span style="color: #992211;">Mercy (2016) – produção original do Netflix aposta no “parece mas não é”</span></a> <br />
<br />
<a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/o-ultimo-capitulo-i-am-pretty-thing.html" target="_blank"><span style="color: #992211;">O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing That Lives in The House) - filme mais pretensioso que artístico</span></a><br />
<u><span style="color: #992211;"><b><br /></b></span></u><b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/amante-domicilio-fading-gigolo-john.html" target="_blank"><span style="color: #992211;">Amante a Domicílio (Fading Gigolo) – John Turturro celebra Woody Allen </span></a></b><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-89979921708265932882016-11-23T20:11:00.003-02:002019-12-17T11:37:46.678-03:00Mercy (2016) – produção original do Netflix aposta no “parece mas não é”<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
“Por cinquenta dos meus 82 anos, de 6 a 8 horas por dia eu só ouvi queixas familiares. Ninguém conhece o lado sombrio da família melhor que eu. Sinto-me plenamente autorizado a falar mal dela, o que tem de ruim não está escrito. Ela é o eixo do conservadorismo, sim.” Era assim que o psicanalista José Angelo Gaiarsa, falecido em 2010, definia, em <a href="http://www.revistaforum.com.br/2011/10/19/quem-orientou-esses-ignorantes/">uma entrevista</a>, sua experiência profissional relativa à família como instituição. Se ele tivesse assistido ao filme <b>Mercy (2016)</b>, <b>produção original do Netflix </b><span style="font-weight: normal;">lançada mundialmente em 22 de outubro,</span> certamente reforçaria sua visão.<br />
<br />
O filme se inicia com a reunião de quatro filhos de Grace (Constance Barron), uma doente terminal, em tese para que se despeçam da mãe. Mas percebe-se logo que a ideia ali entre eles é discutir a questão da herança que ela deixará. O marido, George (Dan Ziskie), também demonstra ter preocupação com o dinheiro, fruto da morte do primeiro marido dela, pai de dois dos filhos de Grace.<br />
<br />
Com esse contexto, durante quase meia hora o que se desenha é um drama familiar de caráter mais introspectivo. Os diálogos entre os personagens são secos, desprovidos de quase qualquer afeto, assim como suas reações à situação da matriarca. O cenário fica ainda mais complexo quando a família descobre uma maleta dada por um médico a George, que daria fim ao sofrimento de sua esposa.<br />
<br />
O ponto de virada do filme acontece justamente depois dessa meia hora. A película se torna um suspense no qual o foco são mascarados tentando invadir a casa. O ritmo se torna mais rápido e a história até certo ponto é contada sob dois pontos de vista diferentes, com o objetivo de explicar o destino de cada um dos personagens principais.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE499jjBh9yKP1I1GrLJHlBUust7z9xEmnWeUhyphenhyphenjTCwNGIWMSzrHy4LHF422RJgOLuEjl4DU59F6ZUQ5Ahe9mvBcjxFkP5pCf629F6UzJJqToRq2uBnML_SBoK8lcIsGwZrL1QHN3yRmQ/s1600/mercy+filme+netflix.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE499jjBh9yKP1I1GrLJHlBUust7z9xEmnWeUhyphenhyphenjTCwNGIWMSzrHy4LHF422RJgOLuEjl4DU59F6ZUQ5Ahe9mvBcjxFkP5pCf629F6UzJJqToRq2uBnML_SBoK8lcIsGwZrL1QHN3yRmQ/s320/mercy+filme+netflix.jpg" width="320" /></a></div>
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<br />
Passados os 87 minutos, percebe-se que a verdadeira intenção do diretor Chris Sparling, que também é roteirista do filme, é mostrar ao espectador que ele, como é dito a certa altura para a namorada de um dos filhos, está enganado a respeito do que acontece. Quando esse tipo de narrativa é bem conduzido, tudo bem, mas quando não, quem assiste pode até se sentir ofendido com o rumo que a história toma…<br />
<b><br />
</b><br />
<b>Mercy (2016)</b> tem um problema de origem de não saber o que quer apresentar além do “parece mas não é”. Quando tem a parte de drama, dá impressão de querer aprofundar a trama e apresentar os personagens de forma mais interessante. Mas logo entra a parte de <i>thriller</i> e praticamente não há tempo para existir qualquer envolvimento com os personagens do filme. Todos ficam com um aspecto quase caricato, superficial, até porque torná-los mais densos não é uma prioridade da produção.<br />
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Ao fim, a impressão que dá é que o importante é a “pegadinha”. Uma pena. Se você quiser assistir a uma boa produção original do Netflix, confira <a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/10/7-anos-otimo-filme-espanhol-produzido.html"><b>7 Anos</b></a>. Já <b>Mercy</b> é por sua conta e risco…<br />
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<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Mercy (2016)</b></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Direção: </b>Chris Sparling</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Elenco:</b> James Wolk, Caitlin FitzGerald, Tom Lipinski.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Nacionalidade:</b> EUA<br />
<b>Duração:</b> 1h27</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Cotação:</b> 4/10</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Disponível no Netflix</b></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="260" src="https://www.youtube.com/embed/si-1aD0BAjg" width="510"></iframe><br />
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<b>Leia também:</b> <br />
<b></b><br />
<a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/o-ultimo-capitulo-i-am-pretty-thing.html" target="_blank"><b>O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing That Lives in The House) - filme mais pretensioso que artístico</b></a><br />
<span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #333333; display: inline !important; float: none; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: left; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span>
<span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #333333; display: inline !important; float: none; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: left; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2019/12/filme-mexicano-almacenados-traz-falta.html" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #771100; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Filme mexicano Almacenados traz a falta de sentido do trabalho na vida de cada um</span></a></span><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br />
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<b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/amante-domicilio-fading-gigolo-john.html" target="_blank">Amante a Domicílio (Fading Gigolo) – John Turturro celebra Woody Allen </a></b><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br />
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Unknownnoreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-49343544245697520152016-11-17T17:16:00.004-02:002020-09-14T12:40:56.934-03:00O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing That Lives in The House) - filme mais pretensioso que artísticoProdução original do Netflix que estreou no Brasil no último dia 28 de outubro, o filme <b>O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing That Lives in The House)</b> é o segundo longa do diretor Oz Perkins, filho de Anthony Perkins, imortalizado como Norman Bates do filme Psicose. Ele chegou a interpretar o mesmo papel do pai em Psicose 2 (1983), quando fez o assassino em seus 12 anos de idade.<br />
<br />
Perkins seguiu em sua carreira de ator até 2010, quando estreou também como roteirista do filme <b>Removal</b>. Em 2014, também assinou como roteirista a película <b>Dinheiro Sujo Cold Comes The Night</b> e no ano seguinte estreou como diretor em <b>The Black Coat’s Daughter (February)</b>, cujo roteiro também é seu. Para evitar problemas de distribuição que afetaram seu longa de estreia, conseguiu fechar com a gigante do streaming a produção de sua segunda obra.<br />
<br />
<b>I Am the Pretty Thing That Lives in the House</b> conta a história de uma enfermeira, Lily (Ruth Wilson, de <b>The Affair</b>), contratada para ser cuidadora de uma antes famosa escritora de contos de terror nos anos 1960, Iris Blum (Paula Prentiss), a única moradora de uma antiga casa. Logo ela vai perceber que existe algo errado no local, chegando ao ponto de questionar se um dos livros escritos por Blum não traria uma história real, em vez de uma ficção.<br />
<br />
O clima onírico, a mistura entre fantasia e realidade e a narração entrecortada, ora de Lily, ora da escritora quando jovem, poderiam fazer deste um filme bem acima da média para uma história com fundo banal e comum a muitas películas de terror. Mas muito cedo a narrativa se perde. O roteiro confuso coloca diante do espectador cenas excessivamente longas, onde o diretor parece querer valorizar a fotografia esquecendo da história em si, com outras, significativas, curtas demais. Mas não é a quebra de ritmo o que caracteriza o filme. Em seu todo, ele é arrastado (não confundir com "lento", já que muitos filmes com em esse tom são magníficos) e entediante.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3QL1xDGciQEF2XU0Nxpx9vBuB7y4ipu4BuNuM-PuVZ7oXO7WMzBgyggHSDJTrkvzmSdRmn05ZhV70xGtzdNoGqpnVmJyCuJiFFtYfrFRrpmZfRWY9WAiSDTqrtLm2DU9R2TjLkRuG9TI/s1600/iamtheprettything_still_01-1200x520.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="138" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3QL1xDGciQEF2XU0Nxpx9vBuB7y4ipu4BuNuM-PuVZ7oXO7WMzBgyggHSDJTrkvzmSdRmn05ZhV70xGtzdNoGqpnVmJyCuJiFFtYfrFRrpmZfRWY9WAiSDTqrtLm2DU9R2TjLkRuG9TI/s320/iamtheprettything_still_01-1200x520.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Em função do clima reproduzido pela fotografia e a forma com que constrói a história, muitos compararam a obra de Perkins com algo da filmografia de David Lynch. Parece uma comparação inadequada, até porque os filmes do diretor de <b>Cidade dos Sonhos</b> têm ritmo e contam com detalhes que são importantes para as suas histórias, construídas de forma minuciosa. Em <b>O Último Capítulo</b>, mesmo a atmosfera e as narrações pretensamente poéticas parecem mais fruto de afetação do que arte em si. Ao contrário das obras de Lynch em geral, não consegue envolver quem assiste.<br />
<br />
Como ponto positivo vale destacar a atuação de Ruth Wilson, em uma interpretação que tem pouquíssimo diálogos e muitas cenas que exigem uma expressividade que não falta à atriz.<br />
<br />
<b>O Último Capítulo (2016)</b><br />
<div style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Direção: Oz Perkins</div>
<div style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Elenco: Ruth Wilson, P<span title="Paula Prentiss">aula Prentiss, <span title="Lucy Boynton">Lucy Boynton.</span> <span class="characters subtle smaller" title="Polly"><br />
</span></span>Nacionalidade: EUA</div>
<div style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Duração: 1h27</div>
<div style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Cotação: 4/10</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Disponível no Netflix</b><br />
<b><br />
</b> <b>Leia também:</b><br />
<b><br />
</b> <b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/10/7-anos-otimo-filme-espanhol-produzido.html" target="_blank">“7 Anos”: ótimo filme espanhol produzido pela Netflix discute a miséria humana </a></b></div><div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b><br /></b></div><div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; position: relative;"><a href="https://vernonetflix.blogspot.com/2020/09/o-dilema-das-redes-documentario-alerta.html" style="text-decoration-line: none;"><span style="color: #2b00fe; font-family: inherit; font-size: small;">O dilema das redes: documentário alerta para futuro sombrio que bate à porta</span></a></h3>
<span style="font-family: inherit;"><b></b></span><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike><br />
</strike> <a href="http://filmesdeterrornonetflix.blogspot.com/2016/11/ghoul-2015-canibalismo-um-serial-killer.html" target="_blank"><b>Ghoul (2015): canibalismo, um serial killer real e mais do mesmo</b></a><br />
<br />
<a href="http://filmesdeterrornonetflix.blogspot.com/2016/10/summer-camp-2015-quando-os-cliches-de.html" target="_blank"><b>Summer Camp (2015): quando os clichês de filmes de terror fazem rir</b></a><br />
<b><br />
</b></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-36100853136405860972016-11-14T21:06:00.000-02:002016-11-14T21:28:46.975-02:00Amante a Domicílio (Fading Gigolo) – John Turturro celebra Woody AllenA comédia dramática <b>Amante a Domicílio (2014)</b>, disponível no <a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/search/label/Netflix" target="_blank">Netflix</a>, traz John Turturro no roteiro, direção e estrelando um filme em que revive uma parceria com Woody Allen, já vivida em <b>Hannah e suas Irmãs (1985)</b>, mas agora com ambos em posições invertidas.<br />
<br />
Um desavisado pode achar até que se trata de uma história de Allen, e não de Turturro, em seu quinto filme como diretor. As referências são inúmeras: desde o cenário onde se passa a história – um local judaico nos arredores do Brooklyn, em Nova Iorque – , passando pela trilha sonora repleta de jazz até o mais óbvio, a presença do diretor fazendo um papel que explora sua veia cômica. Ele aparece em cenas com suas tiradas habituais e também com ponderações recorrentes em sua filmografia, como quando fala a respeito da mortalidade com uma criança.<br />
<br />
O filme começa com o fechamento da livraria de Murray (Woody Allen). Sem fontes de renda, ele tem a ideia de convencer seu amigo Fioravante (John Turturro) a fazer um <i>ménage à trois</i> com sua dermatologista Parker, vivida por Sharon Stone, que havia comentado com ele a respeito de seu desejo, e a amiga dela, Selima, personagem de Sofía Vergara (a Gloria Delgado-Pritchett de <b>Modern Family</b>). Assim, começa a trajetória de Murray como cafetão (o gigolô do título original) e de Fioravante como profissional do sexo. <br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj53qYTMRfw6-46TH7KxLSlQ8lSQEW1txeVNUDc72JHXbVpfVqYXTn9bMFXpkng_n0t_LTyju6kCszn-GtxrlBU74egLYSVF1xYABn7nqLdSjNwUh6QHfJiKX6R88kuWJw7B4WDPYdWWTI/s1600/amante+a+domicilio+turturro+woody+allen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj53qYTMRfw6-46TH7KxLSlQ8lSQEW1txeVNUDc72JHXbVpfVqYXTn9bMFXpkng_n0t_LTyju6kCszn-GtxrlBU74egLYSVF1xYABn7nqLdSjNwUh6QHfJiKX6R88kuWJw7B4WDPYdWWTI/s320/amante+a+domicilio+turturro+woody+allen.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
A narrativa toma outra trajetória com a entrada em cena de uma viúva ortodoxa judia, Avigal, vivida por Vanessa Paradis. É a sua história particular responsável pelos momentos mais ternos do filme, nos quais ela luta contra sua própria trajetória, cuja sensualidade foi negada em nome da tradição. Um clichê, sem dúvida, mas que funciona bem muito por conta da bela atuação de Paradis.<br />
<br />
O problema da película é o roteiro desigual de Turturro. Em alguns momentos as cenas são diretas, curtas, lembrando episódios de sitcons. Em outros, são mais densas, lentas, em especial quando envolvem Fioravante e Avigal. As separações rígidas na trama seguem nas sinas dos dois protagonistas. Enquanto Murray dá a Allen a possibilidade de exibir seu talento como ator de comédias, às vezes esquecido pelo seu trabalho como diretor, a parte “séria” do filme fica a cargo de Fioravante. Os lugares dos dois são severamente limitados quase o tempo todo.<br />
<br />
O roteiro engessado seria menos problemático se bem costurado, mas a direção de Turturro não flui tão bem para tanto. Mesmo assim, além de cenas e situações divertidas, o filme se destaca pela força das personagens femininas. A descoberta de si mesma de Avigal e também a forma como são tratados o casamento infeliz de Parker e as frustrações de Selima (ainda que as duas últimas tenham um papel secundário na história).<br />
<br />
Com defeitos, <b>Amante a Domicílio</b><span style="font-weight: normal;"> consegue arrancar risos. Mas deixa a sensação de ser um filme menor de Woody Allen. Apesar de ser de John Turturro.</span><br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Amante a Domicílio (2014)</b></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Fading Gigolo</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Direção: John Turturro</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Elenco: John Turturro, Woody Allen, Vanessa Paradis, Liev Schreiber, Sharon Stone, Sofía Vergara.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Duração: 90 minutos</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Cotação: 6/10</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Disponível no Netflix</b></div>
<i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b><br />
</b> <b>Leia também:</b><br />
<b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/10/7-anos-otimo-filme-espanhol-produzido.html" target="_blank">“7 Anos”: ótimo filme espanhol produzido pela Netflix discute a miséria humana </a></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-55689367537162429072016-10-31T18:24:00.000-02:002017-05-27T08:47:15.332-03:00“7 Anos”: ótimo filme espanhol produzido pela Netflix discute a miséria humanaProdução original do Netflix, o filme espanhol <b>7 Anos</b> (<i>Siete Anõs</i>), dirigido por <b>Roger Gual</b>, estreou na última sexta-feira, 28 de outubro, no catálogo do serviço de <i>streaming</i>. E conta uma história que explora os diversos dilemas dos relacionamentos e da própria existência humana tendo como ponto de partida uma situação-limite, na qual os personagens são obrigados a retirar suas máscaras tradicionais.<br />
<br />
O filme começa com quatro sócios de uma empresa da área de tecnologia que se descobrem investigados pela Receita Federal espanhola. Como de fato eles cometeram crimes contra o fisco, terão que tomar uma decisão crucial: qual deles deve assumir a culpa, livrando os outros três da prisão e assegurando a sobrevivência de sua companhia? O título do filme se refere ao tempo de cárcere que o responsável irá cumprir.<br />
<br />
Para tomar o que julgam ser a decisão mais justa, convocam um mediador. Deste ponto começa a se desenrolar a trama, praticamente toda em um cenário só, a sede da empresa, lembrando filmes inspirados em peças de teatro ou com tom semelhante, como <b><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Carnage" target="_blank">Deus da Carnificina</a></b> ou mesmo <b><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/12_Angry_Men" target="_blank">Doze Homens e uma Sentença</a></b>.<br />
<br />
Com o avanço do debate e precisando se chegar a uma conclusão, já que a possível ação do fisco e da polícia se torna iminente, começam a ser revelados os segredos e as verdadeiras aspirações e concepções de cada um dos sócios. São expostos não somente os pontos de vista deles a respeito de seus companheiros como também a forma como enxergam a si mesmos e suas visões de mundo. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigQ8jhibFVpD3fxx0ctvT-0u0CIx9ifzfuMsvKidxy00ZTTPymVKUIQ9yzTSZ8wUUMM0cHrw22STNdFfOcJP2HB7Pk-lV_tAaGIsNNs0y8hYE-0dbGBw2so1k8RGALxb320gy1MdAFxdY/s1600/7+anos+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigQ8jhibFVpD3fxx0ctvT-0u0CIx9ifzfuMsvKidxy00ZTTPymVKUIQ9yzTSZ8wUUMM0cHrw22STNdFfOcJP2HB7Pk-lV_tAaGIsNNs0y8hYE-0dbGBw2so1k8RGALxb320gy1MdAFxdY/s320/7+anos+filme.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
O modo como a ação se desenvolve e é conduzida gera sentimentos ambíguos em quem assiste. Muitas vezes o sentimento será de empatia; em outros, o de repulsa, forçando também à reflexão sobre os temas que estão sobrepostos no filme e que são bastante atuais como a questão da prevalência do trabalho na vida cotidiana, que o leva a interferir – de forma muitas vezes desastrosa – no âmbito privado.<br />
<br />
É interessante notar ainda que a empresa escolhida para ilustrar uma história ligada, na prática, à miséria humana, seja uma companhia do setor de tecnologia. Com o fenômeno das startups gerando enriquecimento rápido para alguns – criando situações de deslumbramento muito comuns, no Brasil, a alguns jogadores de futebol que vivem trajetórias similares –, surgem novas formas de trabalho e de profissionais mais autossuficientes, por vezes, crentes de que podem “ganhar o jogo sozinhos”. Algo simbólico em tempos de individualismo mais exacerbado.<br />
<br />
No elenco, os atores colombianos Juana Acosta e Juan Pablo Raba, que viveu Gustavo Gaviria, o primo de Pablo Escobar, na série <b>Narcos</b>. Um belo filme brindado com ótimas interpretações.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/l88tkhzVMa0" width="480"></iframe><br />
<br />
<b>7 Anos (7 Años, 2016)</b><br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Direção: Roger Gual</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Elenco: Juana Acosta, Alex Brendemühl, Paco León, Juan Pablo Raba e Manuel Morón.</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Nacionalidade: espanhola</div>
<div style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Duração: 1h17</div>
<div style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Cotação: 8/10<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
<b>Disponível no Netflix</b><br />
<b><br />
</b> <b>Leia também:</b><br />
<b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2017/05/maquina-de-guerra-war-machine-em.html" target="_blank"><br />
</a></b> <b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2017/05/maquina-de-guerra-war-machine-em.html" target="_blank">Máquina de Guerra (War Machine) - em produção da Netflix, Brad Pitt traz a "empatia impossível" da guerra</a></b><br />
<b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/amante-domicilio-fading-gigolo-john.html" target="_blank">Amante a Domicílio (Fading Gigolo) – John Turturro celebra Woody Allen </a></b><br />
<b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/mercy-2016-producao-original-do-netflix.html" target="_blank"><br />
</a></b> <b><a href="http://vernonetflix.blogspot.com.br/2016/11/mercy-2016-producao-original-do-netflix.html" target="_blank">Mercy (2016) – produção original do Netflix aposta no “parece mas não é” </a></b>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2959644695634314925.post-68199259618482775082016-10-13T10:57:00.003-03:002016-11-01T11:47:11.576-02:00Comédia argentina Delirium traz Ricardo Darín rindo de si mesmo<div>
Você já deve ter escutado, quando se fala em cinema argentino, de diversas piadas sobre a suposta onipresença do ator <b>Ricardo Darín</b> nos filmes do país. No ano passado, o Sensacionalista tocou no tema com a notícia fake <a href="http://www.sensacionalista.com.br/2015/01/23/argentinos-pensam-em-lancar-primeiro-filme-sem-ricardo-darin/">"Argentinos pensam em lançar primeiro filme sem Ricardo Darín"</a>. <br />
<br />
Obviamente, trata-se de um exagero. Mas é fato que boa parte das películas de sucesso dos <i>hermanos </i>tem como protagonista o ator de filmes como <b>O Segredo de Seus Olhos</b> e <b>O Filho da Noiva</b>. Tendo como base isso, mas não só, o diretor Carlos Kaimakamian Carrau fez em seu filme <b>Delirium</b> uma comédia interessante, com diversos subtextos que satirizam o próprio cinema (ou "novo" cinema) do país.<br />
<br />
A trama se desenvolve a partir da relação de três amigos, Federico, que trabalha em um pequena loja de conveniências; Martín, que vive de pequenos golpes, e Mariano, que distribui panfletos na rua. Cansados da vida que levam, começam a pesquisar uma forma de ganhar dinheiro fácil, chegando à conclusão de que o mais fácil seria fazer um filme para se tornarem milionário. O ator para fazer com que a película alcançasse sucesso e gerasse renda não poderia ser outro: Darín.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkdNHbMPZlg4RivB3WD9WSV879PUEroT5naKoxDU_TbdCq-NYl6sYgeVJaJB3qUwmryZV6LIwsx77OKwK5495nu6DTvMCqD1p4eieZrq4HV1KQ_NmF7iiDgypzv96SVGdbgXMgUS1K5Os/s1600/Susana-presidenta-pelicula_CLAVID20140724_0011_35.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="ricardo darin protagonista do filme delirium" border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkdNHbMPZlg4RivB3WD9WSV879PUEroT5naKoxDU_TbdCq-NYl6sYgeVJaJB3qUwmryZV6LIwsx77OKwK5495nu6DTvMCqD1p4eieZrq4HV1KQ_NmF7iiDgypzv96SVGdbgXMgUS1K5Os/s320/Susana-presidenta-pelicula_CLAVID20140724_0011_35.jpg" title="Darín em Delirium" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Darín, em cena de Delirium (Divulgação)</i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Esse é o ponto de partida da típica comédia de erros onde a trajetória caótica vai gerando situações cada vez mais absurdas, com pouco compromisso com a verossimilhança. Em meio à história, uma crítica à própria indústria do cinema, em especial o argentino, com piadas que muitas vezes têm mais relação com o cotidiano do país vizinho. Um exemplo é a sequência que se passa no Innca (Instituto Nacional del Nuevo Cine Argentino), onde o alvo é o mecanismo de financiamento de produção de filmes na Argentina. Talvez não seja exatamente um problema só portenho...<br />
<br />
A "sociedade de espetáculo" também é satirizada e, de certa forma, protagonista da história, já que também conduz o enredo, contando com a participação de outras figuras célebres como a apresentadora <b>Susana Giménez</b>, no papel de presidenta argentina, e do ator <b>Diego Torres</b>, entre inúmeros outros.<br />
<br />
Um filme original e divertido, mas que não vai fazer você dar gargalhadas, certamente. Até porque é uma comédia que usa do humor sombrio para rir de si mesma, aspecto destacado no papel de Darín, que faz de si um personagem que, em certa medida, corresponde aos esteriótipos vendidos a respeito dos astros do cinema. Vale a pena ver.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE_VT4SIV5zUjFMHn_O5YaNIyk5yqjSpRF7B4xaYXAm7tEM4L87F1ZENYDnWGGwDLZrXrzedtohbKNLUnamaoL2BFUs3umpLlCtJUJHOUi_1Te_8QJ2drcBl4w3kkte9E24qcU-Wvr4sA/s1600/darin-delirium.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE_VT4SIV5zUjFMHn_O5YaNIyk5yqjSpRF7B4xaYXAm7tEM4L87F1ZENYDnWGGwDLZrXrzedtohbKNLUnamaoL2BFUs3umpLlCtJUJHOUi_1Te_8QJ2drcBl4w3kkte9E24qcU-Wvr4sA/s320/darin-delirium.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<b>Delirium (2014)</b><br />
Diretor: Carlos Kaimakamian Carrau<br />
Elenco: Ricardo Darín, Miguel Dileme, Ramiro Archain e Emiliano Carrazzone <br />
Nacionalidade: Argentina<br />
<div style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Duração: 1h25</div>
<div style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Cotação: 6/10</div>
<b>Disponível no Netflix.</b><br />
<b></b><br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0